Petrobras conhece conteúdo de laptops furtados, diz Lula

Os quatro laptops furtados da Petrobras continham "informações que eram segredo de Estado", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu primeiro pronunciamento sobre o caso. "É uma coisa grave que estamos investigando." Os computadores continham dados sobre os recentemente descobertos campos Tupi e Júpiter. "O dado concreto é que a Petrobras já tem todas as informações que ela precisava ter sobre o Júpiter e sobre o Tupi. Portanto, quem roubou não roubou nada que a Petrobras não conhecesse ainda", disse o presidente.

"Do ponto de vista estratégico é que estamos querendo saber o que aconteceu de verdade, porque são apenas três empresas no mundo que trabalham com esse tipo de trabalho, de prospecção, de estudos." A Petrobras é líder em pesquisa e produção de petróleo em águas profundas. Tupi é considerado uma mega reserva de petróleo, com um volume estimado entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris. O óleo está em uma área muito profunda, de aproximadamente 5.000 metros, numa camada do solo denominada pré-sal. Próxima a Tupi está a reserva de gás Júpiter, cuja descoberta foi anunciada em janeiro. Sua exploração deverá aproximar o Brasil da auto-suficiência em gás.

Lula frisou que não é momento para precipitação. "Temos de aguardar com uma certa tranqüilidade as investigações, não fazer insinuações acusando qualquer pessoa ou inocentando qualquer pessoa", comentou. "Por enquanto, estamos numa fase de investigação." Ele acrescentou que foi informado sobre o roubo "logo no começo" e que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Polícia Federal e a segurança da Petrobras tentam esclarecer o ocorrido. Porém, não se sabe ainda nem onde o furto ocorreu. "Não sabemos ainda onde foi roubado, é uma coisa difícil de ser roubada porque estava dentro de um container." Lula tem sido informado diariamente pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, sobre o andamento das investigações.

Amanhã deverão ser definidos os reforços para a força-tarefa para apoiar a delegada Carla Dolinski, da Polícia Federal em Macaé (RJ), titular do inquérito. Pelo menos mais um delegado experiente da superintendência da PF no Rio de Janeiro participará das apurações. Também haverá apoio da estrutura do órgão em Brasília, principalmente da área de inteligência. A Polícia Federal quer resultados rápidos, já que o inquérito foi aberto no dia 7.

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