Petistas tentam minimizar crise dos cartões corporativos

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva devia ser elogiado pelo uso dos cartões corporativos, alvo de denúncias de uso irregular que já levaram à demissão da ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro.

Genro afirmou que a investigação dos gastos do cartão deve ser comparativo entre o governo Lula e o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), período em que esse sistema foi implantado. "Vamos investigar os cartões, os últimos dez anos e ver quem tem mais transparência e mais cuidado com o recurso público e quem mais combateu a corrupção. Vai dar o governo Lula na ponta", disse Genro, na chegada à sede do PT em Brasília para a posse do novo diretório e para a eleição da Executiva Nacional do partido.

O ministro classificou de "artificial" a crise gerada pelas denúncias de uso irregular dos cartões corporativos e acusou a oposição de explorar o tema porque está sem propostas para o País. O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, comanda a pasta que não registrou nenhum gasto com cartão corporativo desde 2005. Ele disse que não precisa do cartão, apesar de o ministério ter um orçamento significativo por causa do programa Bolsa-Família. "É legítimo (o uso do cartão) desde que usado nos limites legais. Os excessos estão sendo apurados", disse Ananias, evitando comentar mais sobre o assunto.

"Tema menor"

Petistas que foram à posse do novo diretório preferiam tratar a crise dos cartões como um tema menor, mesmo quando eram lembrados de que a petista Matilde Ribeiro deixou o cargo depois das revelações dos gastos do cartão corporativo de seu ministério. O deputado Maurício Rands (PT-PE) disse que o caso de Matilde está na classificação de "erros administrativos" que estão sendo verificados no uso dos cartões. Segundo ele, o PT não deverá cobrar explicações da ex-ministra.

Rands argumenta que o presidente Lula está mais presente no interior do País, onde há mais obras e é natural que as despesas sejam maiores do que o governo anterior. "São despesas diferenciadas. Antes, o contato com a sociedade era menor", procurou justificar.

O PT entrou para a reunião nesse final de semana ainda acertando os nomes para compor a Executiva do partido. A eleição, em dois turnos, realizada em dezembro do ano passado, que reelegeu o deputado Ricardo Berzoini (SP) para a presidência da legenda, apontou também a proporção de ocupação dos 21 cargos da Executiva entre as chapas que participaram da disputa. As correntes articulavam para levar a secretaria-executiva do partido que poderia ser ocupada pelo deputado José Eduardo Cardozo (SP) ou pelo deputado Jilmar Tatto (SP). Os dois disputaram à presidência do partido.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo