O líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), demonstrou que o seu partido não pretende recuar na disposição de criar a CPI para investigar a compra da operadora de TV por assinatura TVA pela Telefônica. Ao defender a instalação da CPI para esclarecer uma operação de interesses econômicos, ele mostrou que há um sentimento de revanche na Casa contra imprensa. "O sentimento que existe é que a mídia cobra transparência, o voto aberto e quer tudo bem esclarecido", afirmou. "Se alguém quer as coisas transparentes, não pode querer só para os outros", continuou o líder petista. Luiz Sérgio afirmou, no entanto, que não se trata de tolher o trabalho da imprensa. "Não podemos confundir interesses econômicos com liberdade de imprensa", disse.

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Depois que o pedido de CPI obteve o número exigido de assinaturas e o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), sinalizou que o outro critério foi cumprido, o de ter um fato a ser investigado, deputados contrários à CPI tentam uma operação para tirar a proposta de tramitação. Chinaglia tem adiado a leitura do ato de criação da comissão enquanto, nos bastidores, líderes articulam uma saída regimental.

A idéia é obter as assinaturas de metade mais um dos deputados que apoiaram o requerimento (91 do total de 181) para a criação da comissão, mas nem todos os aliados do governo concordam. A bancada do PT deu 59 assinaturas a favor da CPI. A bancada do PCdoB, cujo líder, Renildo Calheiros (PE), é irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), assinou em peso, todos os 13 deputados. O PMDB, partido de Renan, deu 29 assinaturas de apoio.

Na Câmara, a CPI é identificada como uma operação do presidente do Senado de retaliação à revista Veja, editada pela Abril, que vem publicando reportagens sobre suposta prática de irregularidades pelo senador e que provocaram os processos contra ele no Conselho de Ética. "Com a CPI, vamos dar um atestado de que a Anatel agiu dentro da lei (ao aprovar a negociação) e o ato negativo de ser caracterizado uma revanche", afirmou o deputado Walter Pinheiro (PT-BA), contrário à CPI e um dos petistas que não assinou o requerimento.

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