O Senado aprovou hoje projeto que pune professores ou gestores escolares com multas de até 20 salários mínimos e pena de reclusão até 12 anos que adotarem práticas discriminatórias contra pessoas com autismo. A punição integra a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, aprovada pelos senadores, que segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.

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Se houver reincidência pelos professores ou outros membros da escola, o projeto prevê a perda de cargo por meio de processo administrativo, preservado o direito ao “contraditório e à ampla defesa” dos acusados.

A proposta é de iniciativa da Adefa (Associação em Defesa do Autista) e teve o apoio de senadores aliados do governo e da oposição. O projeto foi aprovado de forma simbólica, sem o registro dos votos no painel eletrônico do Senado.

O texto também estabelece punição se a escola se recusar a matricular alunos com deficiência – mesmo em casos em que não haja mais vagas nas instituições em ensino. Pelo projeto, em casos de “comprovada necessidade” a pessoa com transtorno do espectro autista deve ser incluída nas classes comuns de ensino regular.

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Os senadores retiraram do texto as penalidades previstas para casos de castigo corporal, ofensa psicológica, tratamento cruel ou degradante às crianças e adolescentes com autismo. Os parlamentares optaram por manter as penalidades previstas pelo Código Penal, mais severas que as estabelecidas no texto – como a que previa detenção de dois a quatro anos para agressões que resultarem em lesões corporais graves.

A nova política aprovada pelos senadores estabelece direitos para pessoas autistas, equiparando o portador desse distúrbio às pessoas com deficiência – para todos os efeitos legais. Também cria um cadastro único de autistas para produzir “estatísticas nacionais” sobre o transtorno.

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