A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) tentará convencer o governo paulista a não vender cinco áreas de pesquisas incluídas no Projeto de Lei (PL) 328, aprovado em novembro e tornado Lei 16.338 em dezembro, com a publicação no Diário Oficial do Estado. “Para vender uma área, o governo precisa fazer uma audiência com a comunidade científica. Essas reuniões não ocorreram e ainda não têm data para acontecer, mas nossa intenção é, nesses encontros, mostrar que as áreas são importantes e que haverá prejuízo para a pesquisa e para a sociedade caso sejam vendidas”, afirmou ao Broadcast Agro o presidente da APqC, Joaquim Adelino Azevedo Filho.

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O PL 328, proposto pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), foi protocolado em abril de 2016 e estipula a venda de mais de 70 áreas públicas paulistas consideradas “inservíveis ou de pouca serventia”.

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Inicialmente, 13 das áreas eram de institutos de pesquisas agrícolas, mas após pressão por parte de produtores, políticos e outras associações, o número caiu para nove. Esse foi o número aprovado pela Assembleia Legislativa, mas pesquisadores insistem na preservação dos locais. A APqC afirma que cinco das áreas à venda são “fundamentais para a continuidade de importantes linhas de pesquisa”. São elas: o Instituto de Zootecnia, em Nova Odessa; o Centro de Engenharia e Automação (CEA), em Jundiaí; a Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Itapetininga; a UPD de Itapeva; e o Polo Regional do Vale do Paraíba, em Pindamonhangaba. Já as outras quatro unidades à venda “não estão com pesquisas em execução” neste momento, disse o presidente da APqC.

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Na avaliação de Azevedo Filho, as audiências “podem não reverter as vendas, mas mostrarão o prejuízo”. “Mesmo que resolva vendê-las, o governo estará ciente das perdas para a pesquisa científica”, frisou.