Um fóssil pré-histórico encontrado em março de 2009 no município de Agudo, na região central do Rio Grande do Sul, não é apenas mais um fóssil localizado no Brasil. Trata-se de uma nova espécie de réptil, “parente” distante dos crocodilos, que conviveu com os dinossauros há cerca de 230 milhões de anos. A descoberta foi publicada nesta sexta-feira, 31, na revista cientifica Acta Palaeontologica Polonica, especializada em paleontologia.
O réptil, batizado de Dynamosuchus collisensis, tinha pouco mais de 2 metros de comprimento, era carnívoro e, diferentemente dos crocodilos, não estava adaptado para um hábito de vida semiaquático – era terrestre e se locomovia com as quatro patas, mas podia, eventualmente, correr apenas com as patas posteriores. Tinha o focinho projetado mais para a frente do que as mandíbulas inferiores. Tinha ainda dois dentes grandes em cada lado da mandíbula inferior e uma couraça óssea que revestia o dorso, tal como jacarés e crocodilos.
Segundo o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, da Universidade Federal de Santa Maria, que participou da descoberta, essa é a quarta espécie de réptil ornitossuquídeos descrita no mundo. “Até então, haviam sido identificados na Argentina e na Escócia, sendo que a última foi descrita há meio século”, contou Müller.
Participaram dos estudos pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), do Museu de La Plata, da Argentina, e do Virginia Tech, dos Estados Unidos.