Ao apresentar o resultado da pesquisa domiciliar sobre consumo de drogas lícitas e ilícitas no Brasil, feita nas 107 maiores cidades brasileiras, o secretário Nacional Antidrogas, general Paulo Roberto Uchoa, advertiu que o maior problema no País é o uso de álcool, tolerado pela maior parte da sociedade. Segundo a pesquisa, consumiram esse tipo de bebida 68,7% da população e a estimativa é de que 11,2% da população -cerca de 19 milhões de pessoas – são dependentes de álcool. Outro dado destacado pela pesquisa, que foi realizada entre setembro e dezembro do ano passado, com 8.589 pessoas, com idade entre 12 e 65 anos, é que o Brasil está pelo menos em sexto lugar e não em segundo lugar como chegou a ser divulgado, em relação ao consumo de cocaína

De acordo com a pesquisa, o maior consumo de álcool ocorre na Região Sudeste (71,5%) e o menor, na Região Norte (53%). ?Faço um apelo às indústrias de bebidas que façam uma campanha para que a população não abuse do uso do álcool?, disse o general, salientando que apesar de ser uma droga lícita, ela está por trás da maior parte da violência registrada no País.

Segundo o general Uchoa, o consumo de cocaína não é menos preocupante porque temos no País 1% de dependentes da droga, o que representa pelo menos 1,7 milhão de pessoas. O país líder em uso de cocaína, de acordo com os índices divulgados, são os Estados Unidos, onde 11,2% da população já usou droga alguma vez na vida, seguido do Chile, com (4,5%), Espanha (3,2%)  Reino Unido (3%), Holanda (2,6%) e Brasil (2,3%). Em seguida, vem a Dinamarca (1,7%), Colômbia (1,6%) e França (1,5%).

Facilidade – Um dado que foi objeto de debate durante a apresentação da pesquisa hoje foi que 60,9% dos entrevistados acham muito fácil conseguir maconha. Em relação à obtenção de cocaína, a porcentagem é de 45,8% entre os que acham muito fácil  36,1% acham muito fácil conseguir crack, 21,1% acham muito fácil conseguir heroína e 21,6% conseguir LSD.

O general Uchoa disse que esse dado representa apenas uma percepção das pessoas, não um dado concreto, ou seja, que efetivamente seja ?muito fácil? comprar maconha ou cocaína. Mesmo porque, ressalva ele, quanto se fala em relação à percepção ao tráfico de drogas, os números indicam que 15,3% do total dos entrevistados afirmaram já terem visto alguém vendendo drogas.

Mas 60% dos pesquisados informaram terem visto pessoas alcoolizadas nos 30 dias que antecederam a busca dos dados. Já a percepção dos entrevistados de terem visto pessoas sob efeito de outras drogas foi de 35,3%.

A pesquisa mostra ainda que os homens fazem mais uso na vida de álcool, de tabaco, de maconha e de cocaína do que as mulheres, sendo que o sexo feminino faz mais uso na vida de medicamentos sem prescrição médica, do que os homens. Em relação à heroína, 0,04% da população admitiu ter usado esta droga na vida, número dez vezes menor do que o registrado nos Estados Unidos.

Na obtenção de dados por região, foi constatado que o Nordeste é a região onde 29,9% dos moradores das 22 cidades mais populosas da região já fez uso na vida de drogas psicotrópicas, daí excluído o tabaco e o álcool.

No Centro-Oeste, 18,9% já entraram em contato com drogas  seguida na Região Sul, com 17,1% da população, e da Região Sudeste, com 16,9%. As menores porcentagens foram verificadas na Região Norte (15,9%).

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