O setor de administração e concessão de rodovias lidera o ranking de rentabilidade elaborado pela Austin Ratings, apresentado nesta terça-feira (25) na sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo. O setor financeiro ficou em 14º lugar, contrariando as expectativas gerais. "Geralmente, vem à mente das pessoas que bancos são o setor mais rentável da economia", afirmou o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues.
O índice de rentabilidade do setor de concessões de rodovias foi de 33,9%, conforme os dados da Austin Rating. O setor de bebidas e fumo ficou em segundo no levantamento (com rentabilidade de 32 5%), seguido pelos segmentos de siderurgia (24,8%), industrial (23,6%) e serviços de eletricidade (19,1%). Em sexto lugar, apareceu o setor de convênios e serviços médicos (18,6%), seguido pelo editorial e gráfico (18,1%), mecânico (17,4%), petróleo e gás (16,8%), madeira e mobiliário (16,6%), papel e celulose (14,2%), serviços gerais (14,0%) e eletroeletrônico (13 3%). O bancos vêm em seguida, com 12,5% de rentabilidade e, em 15º lugar, aparece o comércio, com 11,2%. A última posição foi ocupada pelo setor de revenda de veículos e máquinas agrícolas, com índice de rentabilidade negativo em 35,4%.
O índice corresponde à relação entre o lucro líquido e o patrimônio líquido das empresas, calculado com base nos resultados anualizados publicados até setembro de 2007. Foram avaliadas 672 empresas, das quais 148 são bancos.
Rodrigues atribuiu a liderança do setor de concessão de rodovias à menor necessidade de realizar investimentos nos empreendimentos já administrados e ao aumento do volume de tráfego nas rodovias, uma conseqüência do crescimento econômico sustentado. O avanço do nível de renda nacional também ajudou as empresas de bebidas e fumo, enquanto a expansão do crédito foi responsável pela boa colocação dos setores de siderurgia, industrial e de eletricidade, na visão do presidente da Austin Rating. "O crédito foi o grande propulsor do crescimento econômico e também contribuiu para o aumento dos bens de consumo duráveis e de capital", afirmou. O desempenho ruim do segmento de revenda de veículos, por outro lado, foi explicado pelo maior volume de importações e da valorização do real.
Bancos
Com relação à rentabilidade do setor bancário, Rodrigues afirmou que parte do resultado foi fruto de fatores não recorrentes, como a venda de participações, que "inflam muito seus resultados". Ele chamou a atenção para o fato de que bancos de investimentos "puxaram a rentabilidade para cima", por conta do crescimento do mercado de capitais. De fato, liderando a lista de bancos figurou o UBS Pactual, com um índice de rentabilidade de 81,1%. "Mas a realidade da indústria bancária como um todo não é só em cima destes bancos de investimentos".