Rio – Pescadores que vivem na Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, na Baía de Guanabara, fizeram um protesto na manhã de ontem. Eles cobraram a distribuição das cestas básicas prometidas pela empresa responsável pelo carregamento do óleo que poluiu a região. A pesca na reserva está proibida por tempo indeterminado. Além de prejuízo para as famílias, o vazamento do combustível causou danos para a natureza, justamente em uma área de manguezal que é considerada berçário de várias espécies de animais.
Ontem, técnicos da Fundação Estadual de Estudos do Meio Ambiente (Feema), da Superintendência Estadual de Rio e Lagoas (Serla), do Ibama, e da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) continuavam trabalhando na limpeza da localidade atingida.
Apesar das barreiras de contenção, o diesel se espalhou por áreas importantes de manguezais e de desova de caranguejos. A FCA tem, desde ontem, prazo de 48 horas para retirar todo o óleo que atingiu a reserva, sob pena de pagar multa diária de R$ 100 mil, conforme determinação da Justiça.
Cerca de 100 mil litros de óleo diesel vazaram dos vagões de uma composição da FCA que descarrilou dentro da única área preservada da Baía de Guanabara, na terça-feira. A Justiça determinou ainda que a FCA preste atendimento às famílias dos pescadores prejudicadas pela poluição. A falta de estrutura da empresa, na prevenção dessa forma de acidente, foi criticada pelo secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Cláudio Langone. Ele disse que o ministério avaliará o histórico de acidentes ambientais da companhia para analisar se ela está em condições de continuar operando no transporte desse tipo de produto.