As carnes e proteínas tradicionais das festas de fim de ano registraram um aumento médio de 12,4% em 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, segundo levantamento da Abras (Associação Brasileira de Supermercados). A pesquisa projetou as variações de custo dos principais produtos consumidos nessa época.
O bacalhau lidera o ranking de altas, com um aumento de 18,4%. Em seguida, aparecem o pernil (15,3%), a carne bovina (13,5%) e o lombo (12,9%). Itens típicos das ceias natalinas, como peru (9,9%) e chester (11,7%), também registraram reajustes expressivos.
Marcio Milan, vice-presidente da Abras, atribuiu os aumentos ao impacto do dólar, que encarece os produtos importados, e às mudanças climáticas, que afetam a produção de itens locais.
Na quinta-feira (28), o dólar disparou 1,30% e fechou a sessão cotado a R$ 5,990, depois de chegar a R$ 6 pela primeira vez na história durante o período de negociações.
Para burlar a alta de preços
De acordo com a Abras, uma estratégia para burlar a alta de preços adotada pelos supermercados é a fabricação de produtos próprios. Segunda o levantamento, 85% dos supermercadistas planejam produzir itens azonais de padaria e confeitaria, 57% ampliaram os itens de marca própria em mercearia seca, 35% em produtos industrializados e 25% em mercearia líquida (bebidas).
“Recomendamos ao consumidor pesquisar antes de ir ao comércio, pois há variações de preços em produtos do mesmo tipo e marca, maior número de marcas nas gôndolas e preços dos produtos de marcas próprias dos supermercados”, explica Milan.
Cesta de Natal mais cara
Além das carnes, outros produtos da cesta de Natal também ficaram mais caros. O valor médio nacional da cesta subiu 7,7%, passando de R$ 321,12 em 2023 para R$ 345,83 em 2024. A região Sudeste apresentou a maior variação (8%).
A pesquisa considerou parte da cesta de natal os seguintes itens: aves natalinas, lombo, pernil, peru, tender, azeite, sidra, espumante, panetone e bombom (caixa).
No caso das frutas consumidas nas festas, o preço aumentou 14,4% em média, com destaque para nozes e castanhas, que lideraram a alta, com 16,3%.
As bebidas, por sua vez, registraram variações mais contidas, com aumento médio de 10,1%. Vinhos importados (13,1%) e destilados (11,1%) foram os que mais subiram, seguidos por refrigerantes (10,9%) e espumantes (10,7%).
Já os doces e panetones tiveram uma alta média de 10,2%, sendo que os chocolates lideraram o aumento, com 13,6%.
Confira a lista completa das proteínas
Proteínas – Variação de preço (em %) 2024
- Chester – 11,7
- Frango – 9,9
- Peru – 9,9
- Ovos – 7.5
- Carne bovina – 13,5
- Lombo – 12,9
- Pernil – 15,3
- Tender – 11,5
- Bacalhau – 18,8
- Peixe – 12,5
- Média – 12,4
Confira a lista completa das frutas
Frutas – Variação de preço (em %) 2024
- Frutas especiais – 15,0
- Frutas nacionais – 11,1
- Frutas secas – 15,1
- Nozes e castanhas – 16,3
- Média – 14,4
Confira a lista completa das bebidas
Bebidas – Variação de preço (em %) 2024
- Cervejas – 10,7
- Cervejas premium – 7,8
- Destilados – 11,1
- Espumante – 10,7
- Refrigerante – 10,9
- Sucos – 6,6
- Vinhos nacionais – 9,7
- Vinhos importados – 13,1
- Média – 10,1
Confira a lista completa dos doces e panetones
Panetones, chocolates e biscoitos – Variação de preço (em %) 2024
- Chocotone – 8,4
- Panetone – 7,4
- Panetone especial – 9,8
- Chocolates – 13,6
- Biscoitos especiais – 12,0
- Média – 10,2