Equipe de oito peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC), da Polícia Federal, começa hoje, após um mês de manobras protelatórias, a analisar os documentos de defesa apresentados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O laudo, a ser entregue em 20 dias, é decisivo para o julgamento do processo a que Renan responde no Conselho de Ética por quebra de decoro. Acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da Empreiteira Mendes Júnior, ele apresentou papéis sobre a origem dos recursos com os quais custearia a pensão para jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.

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Os documentos, entregues em três pastas lacradas, foram repassados pelo Senado ao ministro da Justiça, Tarso Genro, que ontem mesmo os entregou à PF. Nesta sexta, os peritos conferem se estão completos e começam a perícia. Renan assegura que, ao fim da análise, sua inocência será comprovada.

Laudo parcial produzido pela PF em junho, porém, considerou recibos, notas fiscais e guias de transporte de animais insuficientes para comprovar as operações com que o senador alega ter faturado R$ 1,9 milhão com a venda de gado em quatro anos.

Entre as mais de 20 inconsistências, o relatório da PF apontou incompatibilidade entre datas das operações de venda de gado com os cheques de pagamento e os recibos. Notou também que vários recibos eram frios, além de outros sinais de maquiagem contábil. Mas como a perícia foi realizada apenas num fim de semana, o laudo foi inconcluso e a PF pediu mais tempo, além de documentação mais completa. A nova perícia terá reforço de especialistas em documentoscopia e contabilidade. Deverá ser solicitado auxílio de técnicos da Receita Federal e do Banco Central.

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