O líder do PDT no Senado, Jefferson Peres (AM), propôs que se até esta terça-feira (26) não for escolhido o relator do Conselho de Ética para julgar o processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), os partidos que não concordam com a protelação da investigação devem obstruir os trabalhos da Casa. Peres alega que já se perderam cinco dias em busca de um relator, embora acredite que se houver alguma consulta no Conselho vão aparecer candidatos para o cargo.
"Se ninguém quiser, alguém há de querer. Basta fazer uma consulta a todos eles", disse Peres. O líder alega que se nada for feito vai ficar caracterizada a protelação do processo e os senadores que não concordam com isso terão de reagir, inclusive boicotando a votação em plenário. "Não adianta fingir que há um clima de normalidade no Senado. Não é verdade. O clima é de anormalidade", disse Peres, depois de participar da reunião de líderes, a convite do líder do DEM, José Agripino (RN), para discutir o impasse provocado pela falta de relator no processo contra Renan.
Na reunião, realizada na biblioteca do Senado, Agripino disse que conversou com os líderes de todos os partidos. Dois deles (PMDB e PT) por telefone. Segundo ele, o presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC), que estava reunido com aliados da base governistas, ficou de procurá-lo, logo que tiver uma decisão quanto ao nome do relator. Agripino lembrou que três senadores já se prontificaram a assumir a relatoria. São eles: Demósthenes Torres (DEM-GO), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Gilvan Borges (PMDB-AP).
Segundo ele o partido do candidato a relator não deve entrar em questão, tendo em vista que quem quer que seja ele caberá respeitar os argumentos e as consistências da prova. Do contrário "ficará mal perante a Casa, o partido e a opinião pública. "O relator é prisioneiro dos fatos, das provas e dos argumentos. Não tem como decidir por conta própria", concluiu.
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