Pelourinho vira “cabo de guerra” em encontro de candidatos

Um dos principais cartões postais de Salvador, e enfrentando problemas de segurança e sustentabilidade econômica, o Pelourinho se tornou uma espécie de “cabo de guerra” no discurso de candidatos à Prefeitura de Salvador reunidos hoje na cidade.

Enquanto o candidato ACM Neto (DEM) dizia estar disposto, caso eleito, a assumir a gestão da área, o petista Nelson Pellegrino falava em obter recursos do governo federal para revitalização.

Neto disse que o Pelourinho e todo o centro histórico de Salvador estão abandonados. Prometeu investir, com ou sem o apoio do governador Jaques Wagner (PT), em um plano de requalificação para que a área seja um “corredor cultural” da cidade.

“Se o governo do Estado não estiver disposto a fazer sua parte, vou pedir democraticamente ao governador que transfira os cuidados do Pelourinho, porque a prefeitura fará”, disse o deputado federal.

Pellegrino, que também tem cadeira na Câmara dos Deputados, classificou o discurso do rival como “proselitismo” e reforçou a aposta no apoio do governador e da presidente Dilma Rousseff.

“A Prefeitura de Salvador não tem condições de recuperar o centro histórico sozinha. Isso é proselitismo. Só este ano o governo do Estado está investindo R$ 30 milhões no Pelourinho. E muito em breve o governo federal vai lançar um projeto arrojado para as cidades históricas, e Salvador vai estar contemplada”, afirmou.

O radialista Mário Kertész (PMDB) afirmou que, se eleito, destinará 4% do orçamento municipal para a cultura. Ex-prefeito de Salvador por duas gestões, Kertész se afastou da política por 18 anos para se dedicar ao radialismo.

Após ouvir o percentual de investimento proposto por Kertész, Neto disse que os aportes no setor cultural em uma possível gestão do DEM começarão com 1% do orçamento, índice que, segundo ele, subirá de modo “gradativo e crescente”.

“Não vou apresentar proposta inexequível ou que não possa ser cumprida para que possa soar bem aos ouvidos de alguns nesse momento instantâneo das eleições”, afirmou.

Kertész demonstrou desconforto com o comentário e rebateu: “É fundamental que a gente assuma compromissos reais com a cidade. Quando falo em investir por dois anos 4% do orçamento é porque estudei e sei o que estou falando”.

Estiveram presentes no evento os demais candidatos na disputa –Márcio Marinho (PRB), Hamilton Assis (PSTU) e Rogério Tadeu da Luz (PRTB). Cada um teve a chance de expor propostas para a área cultural.

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