Várias praias do litoral sul de São Paulo amanheceram ontem com uma enorme quantidade de peixes mortos. O problema aconteceu em toda a cidade de Mongaguá e no limite do município com Itanhaém, na Vila Loty. Pelo menos 3,5 toneladas de peixe haviam sido retiradas das praias de Mongaguá até o meio da tarde de ontem em caminhões do serviço limpeza.

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O mau cheiro causado pelos peixes e a larga faixa que eles ocupavam na areia espantaram os turistas que estavam na praia e fizeram alguns paulistanos presentes na cidade anteciparem a volta sem aproveitar o último dia do feriado prolongado. A Diretoria de Meio Ambiente de Mongaguá não soube dizer o motivo do problema. Segundo o oceanógrafo Fernando Gonçalves, uma das hipóteses seria a presença de barcos de pesca de camarão que fazem uma pesca predatória e muitas vezes não estão autorizados a atuar. “Eles chegam a descartar 80% do que colhem. Tivemos relatos de pescadores sobre a presença de barcos na região nos últimos dias”.

Esses tipos de barcos fazem a pesca de arrasto, com redes presas e levadas a uma certa profundidade, carregando o que há pela frente. Segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, que enviou técnicos para vistoriar o local, o fato de muitos dos peixes mortos serem de tamanho pequeno indica que eles podem ser mesmo descarte de pesca de arrasto. A secretaria diz que realiza a fiscalização por meio da Polícia Ambiental e que não foi efetuada nenhuma prisão ou apreensão de barcos nos últimos dias na região de Mongaguá.

Clima

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O oceanógrafo Fernando Gonçalves afirma ainda que a outra hipótese para o aparecimentos dos peixes mortos é a possibilidade de fenômenos climáticos. Como exemplo disso, cita as baleias que encalharam na Praia de Mongaguá e em outras regiões do País no ano passado, além do aparecimento de pinguins e tartarugas.