Foto: José Cruz/Agência Brasil |
Deputado Wanderval Santos: sobrevida. continua após a publicidade |
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ), relator do processo contra o deputado Wanderval Santos (PL-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, pediu ontem a cassação do mandato do parlamentar paulista. Ele é apontado como um dos envolvidos no "valerioduto", o esquema de saques de dinheiro das contas do empresário Marcos Valério.
O parlamentar foi investigado porque o motorista de seu gabinete sacou R$ 150 mil no Banco Rural, por ordem do então deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ), que a exemplo de Wanderval, pertencia à Igreja Universal do Reino de Deus.
O deputado José Carlos Araújo (PL-BA) pediu vista do processo contra Wanderval, alegando que não acredita na sua culpa, o que provocou a interrupção da votação do relatório, que seria realizada na sessão desta tarde. O documento voltará à apreciação do plenário do conselho amanhã.
Wanderval Santos negou, em todas as fases do processo, ter "conhecimento da operação ou ter sido beneficiário do dinheiro sacado". No voto em que pede a cassação, Chico Alencar ressalta que o nome de Wanderval "consta do documento bancário" relativo ao valor sacado, apesar de o deputado negar o fato. Wanderval disse que só tomou conhecimento do saque pela imprensa e disse que o ex-deputado Carlos Rodrigues "dava ordens constantemente" a seu motorista, por consentimento seu.
Chico Alencar argumentou que Wanderval Santos "terceirizou" o mandato, ao se submeter a Carlos Rodrigues e à sua Igreja, o que considera "incompatível com a individualidade e o compromisso do homem público eleito pelo voto popular".
O deputado fluminense lembrou que Rodrigues foi convocado a depor no Conselho de Ética, mas não quis comparecer, preferindo renunciar ao mandato. Chico Alencar também destaca o fato de Wanderval ter conseguido aprovar duas emendas parlamentares destinadas a instituições comandadas por assessores e parentes, "revelando promiscuidade entre o interesse público e o privado".