O procurador-geral de Justiça de Açlagoas, Coaracy Fonseca, pediu a prisão do promotor de Justiça Carlos Fernando Barbosa de Araújo, acusado de abusar sexualmente de duas filhas e uma enteada. O pedido de prisão preventiva, encaminhado nesta quarta-feira (20) ao Tribunal de Justiça de Alagoas, foi acompanhado de uma ação penal pública contra o promotor.
Carlos Fernando foi denunciado pelas próprias filhas, mas nega as acusações de pedofilia, estrupro e atentado violento ao pudor. Ele foi investigado pela Corregedoria-Geral do Ministério Público de Alagoas. O corregedor-geral, promotor Lean Araújo, o considerou culpado e recomendou que o colega fosse processado.
Ao analisar o trabalho do corregedor-geral, o procurador-geral de Justiça decidiu denunciar Carlos Fernando. Na ação penal, Coaracy Fonseca pede ao TJ que o denunciado se mantenha afastado do cargo, seja considerado incapaz para o exercício do poder familiar, de tutela e, por fim, que perca o cargo público.
"Lamentamos que tais fatos tenham sido praticados por um profissional que, por dever funcional, deveria zelar pela lei, pela ordem e moralidade pública", afirmou Coaracy Fonseca. Segundo ele, é a primeira vez na história de Alagoas que um promotor de Justiça tem a prisão preventiva solicitada pela chefia do Ministério Público.
Investigação
Segundo o corregedor-geral Lean Araújo, Carlos Fernando é acusado de abusar sexualmente de três filhas, que hoje têm 25, 14 e cinco anos. O caso começou a ser investigado no início de 2006, quando a filha mais velha do primeiro casamento do promotor e a enteada dele (do segundo casamento) denunciaram o próprio pai ao Ministério Público.
Foi aberto um procedimento investigativo dentro do MP contra Carlos Fernando. Meses depois, a mãe da adolescente descobriu que a filha mais nova, na época com apenas quatro anos, também era abusada sexualmente pelo pai. Com as provas, a família denunciou novamente o caso à promotoria, agravando ainda mais a situação do acusado.
No dia 6 de junho, quando concluiu o inquérito, Lean Araújo disse que havia provas e indícios que Carlos Araujo tem `conduta pervertida’ e que, por isso, não pode assumir o cargo de promotor de Justiça. O corregedor-geral sugeriu então uma ação penal contra o promotor e foi atendido dias depois pelo procurador-geral de Justiça.