O delegado Alfredo Luiz Ondas, titular do 3º Distrito Policial (DP) de Americana (a 129 quilômetros de São Paulo), pediu nesta terça-feira a prisão preventiva de Nilson de Matos, de 52 anos, e Alexandre de Matos, de 19. Nilson e Alexandre de Matos estão foragidos e são suspeitos de participar do seqüestro do empresário Pedro Ivo Torres de Souza, de 21 anos, que conseguiu escapar de um cativeiro na cidade na noite de domingo, após atingir com três golpes de machado um dos seqüestradores.

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Robson da Silva Barbosa, de 39 anos, morreu no local, uma casa de dois cômodos localizada na Vila Margarida, periferia do município. O lugar pertencia a Gamaliel Carlos Moraes, de 42 anos. Moraes, a estudante de psicologia Kaline Cantelli Boer, de 22 anos, e a mulher de Alexandre de Matos, Rosivânia Scarante, de 29, foram indiciados ontem por extorsão mediante seqüestro e formação de quadrilha.

Ondas informou que, até hoje, não havia pistas dos Matos (tio e sobrinho). Nilson de Matos era um parente distante da família Souza e, segundo o empresário seqüestrado, ele e Alexandre de Matos, acompanhados de Barbosa, é que o teriam levado da frente da transportadora da família, em Carapicuíba, na Grande São Paulo, na sexta-feira.

Souza rendeu Kaline e Moraes, após acertar Barbosa com três machadadas. Pegou a arma do vigia e, sob ameaça de morte, fez a estudante de psicologia e o proprietário da casa em que foi mantido refém entrarem num carro e seguirem para a região central de Americana. Foi onde o empresário pediu a ajuda de dois guardas municipais.

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Pai

Da noite de domingo até ontem, Souza dormiu pouco, disse o pai dele, Antônio Alves de Souza, de 46 anos. Alves de Souza e o filho chegaram a Carapicuíba ontem. Ao menos 60 pessoas os esperavam perto da residência dos pais. "Foi muita emoção, ruim e boa, tudo junto. Ele (Torres de Souza) cochilou um pouco vindo para casa e só foi dormir mesmo agora (hoje), sob efeito de calmante", afirmou o pai.

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O empresário passou a primeira noite fora do cativeiro na casa dos pais, Antônio Alves de Souza e Aparecida, localizada a 1,5 quilômetro da transportadora. Hoje, passou o dia com a mulher, Yasmin, mas o casal dormiria, novamente, na residência dos pais. "Não deu para voltar à vida normal ainda. Eu fiquei o dia inteiro aqui no escritório só olhando as imagens das câmeras. A gente fica mais estressado, mais desconfiado. Tranqüilidade mesmo só vamos ter quando prenderem aqueles dois, principalmente o Nilson.

A defesa de Kaline entrou hoje na Justiça com um pedido de liberdade provisória, sob a alegação de que ela estava no lugar para comprar drogas. Aluna de boas escolas quando adolescente, estudante da Faculdade de Americana (FAM), moradora do bairro Frezarin (de classe média alta), Kaline destoava do grupo detido na segunda-feira. "Ela tem endereço fixo, trabalha, estuda, tem as condições necessárias para fazermos o pedido de liberdade provisória", disse o advogado Roberto Machado Tonsig.