Rio
– O presidente do PDT, Leonel Brizola, decidiu que o partido continuará na Frente Trabalhista (PPS, PDT e PTB), ao lado de Ciro Gomes, após tentativa de formalizar apoio ao candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, antes da eleição de 6 de outubro. “Ciro se mantém candidato e vamos com ele até o fim”, anunciou ontem o vice-presidente do PDT, Carlos Lupi. Ele afirmou que a decisão é de Brizola e “de todo o partido”.Na semana passada, Brizola disse que estava fazendo uma “reflexão” sobre a possibilidade de renúncia de Ciro Gomes, para garantir a eleição de Lula no primeiro turno e evitar um confronto com o tucano José Serra no segundo turno. O líder pedetista defendeu a união das oposições e disse que aguardava ser procurado pela direção nacional do PT. O presidente petista, deputado José Dirceu, esteve no Rio anteontem, mas disse que não trataria de um assunto interno da Frente Trabalhista, em respeito a Ciro.
Ao mesmo tempo, Ciro Gomes avisou aos pedetistas que não há hipótese de abrir mão da candidatura. No PDT, havia quem ponderasse que abandonar Ciro seria prejudicial para Brizola e o partido, a não ser que o próprio presidenciável desistisse da disputa.
Em alguns Estados onde o PDT tem chances de chegar ao governo, como Paraná e Maranhão, os pedetistas passaram a condicionar o apoio imediato a Lula à neutralidade do petista nas disputas locais. No Paraná, por exemplo, Lula teria de abrir mão do apoio ao peemedebista Roberto Requião, que deverá disputar o segundo turno com o pedetista Álvaro Dias.
Uma reunião do Conselho Político do PDT, marcada para a manhã de ontem, foi cancelada e, no início da tarde, Carlos Lupi informou a decisão partidária de continuar com Ciro no primeiro turno. “No segundo turno vamos ver”, disse o vice-presidente pedetista. Brizola e Lupi são candidatos ao Senado no Rio. É certo, porém, que o PDT formalize o apoio a Lula logo depois de 6.