PCC planeja monopolizar venda de droga em São Paulo, diz MP

O Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua em São Paulo, quer monopolizar a venda de drogas em todo Estado, como ocorre com o comércio de entorpecentes nas cadeias paulistas. A conclusão é do Ministério Público (MP), que por meio do Grupo de Atuação Especial a Repressão ao Crime (Gaerco) investigou a forma como o PCC tem movimentado milhões de reais no Estado com a venda de drogas e de rifas, nos últimos cinco meses. O comércio de drogas nas cadeias sustenta a organização, que movimenta cerca de R$ 800 mil por mês apenas no Vale do Paraíba, tendo um lucro mensal de R$ 40 mil.

Realizada desde fevereiro, as investigações começaram com escutas telefônicas que tinham como alvo o detento Orlando Mota Júnior, conhecido por Macarrão, preso em Presidente Venceslau, no interior paulista. Foram ouvidas horas de telefonemas em que Macarrão dava ordens para traficantes e advogados. De acordo com o MP, ele é considerado a liderança estadual do PCC, ficando somente abaixo do detento Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Para o MP, Macarrão atua em duas vertentes: no controle da droga vendida no Estado, nas chamadas biqueiras – pontos de droga espalhados pelo municípios que são controlados pelo PCC -, e na atuação com advogados, num esquema chamado de “sintonia das gravatas”. Cada advogado do PCC ganha salário fixo de R$ 3 mil a R$ 7 mil. Todos atendem os presos ligados à facção sem cobrar honorários.

Prisões

Duas advogadas das cidades de Taubaté e Tremembé, no Vale do Paraíba, foram presas nesta sexta-feira (25) durante a Operação Primadona, suspeitas de envolvimento com o PCC. Segundo investigações do MP elas fazem parte de um grupo de 17 advogados que atuam em defesa dos criminosos que trabalham para a facção.

Segundo as investigações, as advogadas Alessandra Moller e Patrícia Galindo de Godoy eram coordenadoras do trabalho dos advogados do PCC. Também foram presos Maria Jucinéia da Silva, mulher de Macarrão, Maria Inês da Silva, cunhada do criminoso, e Janilson de Andrade Fernandes, genro de Maria Inês, que era gerente de uma biqueira em São José dos Campos.

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