O Primeiro Comando da Capital (PCC) exercia um trabalho de liderança sobre os usuários de drogas na Cracolândia e os convencia a atacar a polícia, assim que os agentes entravam na Alameda Dino Bueno, onde funcionava a feira de drogas ao ar livre, 24 horas por dia.

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A descoberta foi feita durante as investigações realizadas nos últimos quatro meses. “Os viciados eram doutrinados pelos traficantes. Temos provas cabais. Esse foi um dos motivos de usarmos bombas de efeito moral para dispersá-los durante a operação, pois havia o risco de serem usados como escudos humanos”, afirmou o delegado Ruy Ferraz Fontes, do Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc).

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Fontes coordenou a megaoperação realizada anteontem na região, que resultou em 50 presos e 3 adolescentes detidos – os números foram atualizados ontem. Também foram apreendidos cinco armas (três pistolas e dois revólveres), quase 20 quilos de drogas (entre crack, cocaína, maconha, ecstasy e LSD) e R$ 50 mil em dinheiro. A ação contou com 900 policiais.

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Segundo o delegado, o PCC comandava a região. “Os chefes (do PCC) tinham a lista dos traficantes (que ficavam nas barracas na feira de drogas) e, se quisessem passar o ponto, tinham de ter autorização do crime organizado.” Fontes também informou que os hotéis da região serviam para guardar drogas.

Lixo

As investigações contabilizaram 34 barracas que vendiam crack na Alameda Dino Bueno. Os traficantes tinham pelo menos três seguranças armados, um deles um ex-soldado do Exército em Pernambuco, que está foragido, e fornecia droga para cerca de 800 usuários. “Nos últimos dez dias, os bandidos impediam a entrada de garis e também de assistentes sociais”, disse o delegado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.