São Paulo (AE) – Para especialistas que lidam diariamente com crianças e adolescentes em situação de risco e para quem estudou o Primeiro Comando da Capital (PCC), a facção se estabelece no vácuo deixado pelo Estado de São Paulo nos bairros pobres de periferia. "Nas cadeias, o PCC é o protetor. Assim, ele ganha a simpatia da coletividade. O mesmo pode acontecer na periferia, com o Estado ausente, a polícia opressora e a falta de direitos" diz o desembargador Renato Laércio Talli, autor de "À Sombra do Medo", livro sobre a facção. E alerta: "O PCC está se estruturando de tal forma que será difícil para o Estado combater." Ele se refere ao avanço da facção fora dos presídios.

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Segundo o juiz da 1.ª Vara da Infância e Juventude, Luís Fernando Camargo de Barros Vidal, cresceu na capital o número de adolescentes detidos nas últimas duas semanas, desde os ataques do PCC. "Em razão dos ataques, o PCC tomou o imaginário até mesmo dos jovens de classe média. A meninada está brincando de ser PCC", diz Barros Vidal.

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