| Foto: Chuniti Kawamura |
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| Bernardo: garantia deixou técnicos do Ipea otimistas. |
Brasília – A preocupação com o aparelhamento político do Instituto de Pesquisa Econômica e Social Aplicada (Ipea) levou ontem dirigentes do órgão ao gabinete do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O Ipea será transferido do Planejamento para a nova secretaria de Ações de Longo Prazo, que será chefiada pelo economista Roberto Mangabeira Unger.
Após o encontro, o presidente do Ipea, Luiz Henrique Proença Soares, disse que recebeu tanto de Paulo Bernardo quanto de Unger, a garantia de que será respeitada ?a autonomia de pensamento? do Ipea. Soares disse que na semana passada recebeu um telefonema de Unger que o tranqüilizou, em relação às notícias veiculadas pela imprensa de que a transferência do Ipea para a Secretaria poderia gerar uma politização do instituto.
?O ministro reiterou o seu compromisso pela autonomia de pensamento do Ipea. Essa garantia nos deixa otimistas em relação ao futuro do Ipea?, disse Soares. Ele contou também que Paulo Bernardo informou que o desejo de Unger é colocar o Ipea no centro do debate, mas respeitando a sua autonomia e eventualmente até com a possibilidade de fazer críticas a políticas do governo.
O presidente do Ipea garantiu que não recebeu nenhuma pressão para nomeações políticas para o Ipea. Segundo Soares, duas pessoas o procuraram em nome do PRB, atual partido de Unger e do vice-presidente, José Alencar. Mas o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) desmentiu que essas pessoas falavam em nome do partido. Mas a visita gerou um temor de que a mudança implicasse na interferência política no trabalho do IPEA.
Soares disse que a transferência do Ipea para a nova secretaria deverá ocorrer cerca de 20 dias depois da nomeação de Unger para o cargo. A conversa com Paulo Bernardo, segundo ele, foi para discutir essa transição. O presidente do IPEA elogiou Unger, atualmente professor da Universidade de Harvard. ?Certamente ele é um pesquisador, um pensador com alta capacidade técnica, e sensível para os problemas do País?, disse.
