Em resposta às críticas de que o governo Lula fez pouco até agora para reduzir a carga tributária, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, lançou um desafio: a negociação de um plano estratégico para o corte dos impostos e contribuições nos próximos anos. O plano, segundo o ministro, poderia trazer um cronograma com prazos estabelecidos previamente para a redução gradual da carga tributária.
Segundo ele, esse plano poderia ser negociado com o Congresso Nacional e definido numa proposta de emenda constitucional. "Tem que ser pactuado", afirmou Bernardo. O ministro disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "toparia" a construção de um plano desse tipo. "Reduzir a carga tributária é um desafio para o governo federal, Estados e municípios. É muito mais fácil fazer isso quando a economia está crescendo", ponderou.
Segundo Bernardo, para dar certo, a oposição e o setor empresarial precisariam "sair do discurso" que vêm adotando na discussão da emenda constitucional que prorroga a cobrança do Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF). Para ele, a perda da arrecadação da CPMF desarrumaria as contas públicas neste momento econômico favorável. "Não é o Lula que vai perder sem a CPMF, mas o País.
Sem citar nomes, o ministro criticou os empresários que hoje defendem o fim da CPMF, mas que durante a votação do projeto de lei que criou o Super Simples queriam manter a cobrança da contribuição das empresas para o sistema Sesc, Sesi, Senai, Senac e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Sebrae, elevando a carga tributária. Bernardo chamou esses empresários de "líderes sindicais" de prédios suntuosos da Avenida Paulista que só vêem "o dedo do pé".