São Paulo

  – O candidato a vice-presidente pela Frente Trabalhista, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que processará o procurador da República Célio Vieira da Silva e a controladora-geral da União Anadyr Rodrigues por danos morais. “A dona Anadyr e o procurador vão ter que pagar caro”, afirmou ao chegar ao Ministério Público Federal, em São Paulo, onde presta esclarecimento sobre a compra de uma fazenda na região de Piraju (SP), com recurso do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) gerido pela Força Sindical.

Paulinho disse ainda que processará a União, mas para pedir R$ 1,00 de indenização. “Quero apenas corrigir o dano moral que a União me causou”, afirmou. Especificamente sobre o procurador, Paulinho disse que entrará com uma queixa na Corregedoria do Ministério Público por conta do procedimento adotado por Célio Vieira da Silva.

“Vamos mostrar que esse processo é uma armação política de alguém que está a serviço da candidatura do governo”, acusou. O advogado da Força Sindical, Antonio Rosella, divulgou nota à imprensa informando o procedimento usado pela Procuradoria para obter informações sobre a compra da fazenda de Piraju foi incorreto.

Informações

Segundo ele, o Ministério Público de Marília obteve as informações por meio de ofício e não levou em consideração os valores comerciais do imóvel. “Todo mundo sabe que o valor registrado no cartório não é o mesmo do que o cobrado no comércio”, argumentou Paulinho. No entanto, o vice de Ciro Gomes reiterou que a aquisição de imóvel foi feita pelos trabalhadores da região e não pela Força Sindical.

O início do depoimento de Paulinho foi marcado por tumulto já que o candidato queria que a imprensa tivesse acesso ao depoimento, o que foi negado pelo procurador. O deputado João Hermann (PPS-SP), um dos coordenadores da campanha de Ciro Gomes , discutiu com os procuradores que impediram o acesso da imprensa, alegando que não havia espaço físico para todas as pessoas permanecerem na sala e que, além disso, poderia prejudicar o depoimento. “O aspecto físico não é motivo para que ocorra a publicidade do evento. Esse é um ato flagrantemente inconstitucional e atenta contra Paulo Pereira da Silva”, afirmou.

Tática é atacar mais

Brasília

(AE) – Na tentativa de evitar maiores desgastes à imagem do candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes (PPS), os coordenadores da campanha assumiram a responsabilidade pelos ataques, baixarias e duras críticas ao presidenciável José Serra (PSDB). A tática é bombardear diariamente o candidato do PSDB com xingamentos, notas à imprensa, entre outros, fazendo acusações ao tucano e aos seus aliados. É uma estratégia arriscada, porque expõe ainda mais, mesmo que de forma indireta, o estilo temperamental e voluntarioso de Ciro, que poderá ser explorado por seus adversários.

“Ontem, dirigentes dos três partidos da Frente Trabalhista (PPS, PDT e PTB) divulgaram nota acusando a Justiça Eleitoral de parcialidade, ao privilegiar o tucano. E o líder do PPS na Câmara, deputado João Hermann (SP), de criticar o presidenciável tucano. Após chamar Serra de “bandido, facínora e bandoleiro”, em discurso realizado em frente ao Ministério Público, em São Paulo, Hermann divulgou comunicado à imprensa lançando suspeitas sobre as relações de amizade entre o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nelson Jobim, e o candidato tucano. Na última semana, Ciro Gomes sofreu sucessivas derrotas no Tribunal: Serra já conseguiu sete direitos de resposta no TSE contra o candidato da Frente.

Hermann fez questão de lembrar que Jobim e Serra já moraram juntos, em um apartamento em Brasília, e que Adrienne Sena, atual mulher do presidente do TSE, é “funcionária remunerada do governo de Fernando Henrique Cardoso e foi assessora de Serra na Câmara”. O líder do PPS disse ainda que o ministro Carlos Eduardo Caputo Bastos, o ministro substituto do TSE que tem decidido sobre os pedidos de direito de resposta, foi advogado de Fernando Henrique na campanha da reeleição de 1998. E o mandato de Caputo de acordo com a nota de Hermann, termina no próximo dia 26 e ele precisará do apoio do presidente para ser reconduzido ao cargo.

Críticas

“Creio que o TSE, presidido pelo meu colega de Constituinte Nelson Jobim, transformou-se num fórum decisivo para a campanha. E temo que não esteja sendo imparcial. O ministro Jobim, apesar de ter sido meu companheiro de Constituinte, rasgou os compromissos que assinou na Carta de 1988.

PPS protesta contra TSE

Brasília

(AE) – Candidatos a cargos no Executivo e no Legislativo pelo PPS do Distrito Federal e militantes do partido protestaram ontem, em frente à sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contra as freqüentes decisões favoráveis ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, e contrárias ao aliado Ciro Gomes, da Frente Trabalhista.

Enquanto cantavam o hino nacional ou gritavam palavras de ordem, os manifestantes balançavam bandeiras do PPS e seguravam cartazes que pediam imparcialidade ao TSE. Em um deles, o presidente do TSE, Nelson Jobim, era chamado de “Joberra”, uma junção do nome dele com o de José Serra, seu amigo pessoal. Em outros cartazes, destacavam-se as mensagens: “Cuidado eleitor, as urnas podem trair” e “Mais TSE, menos TSDB”, numa referência ao partido de José Serra.

No ato, os manifestantes também distribuíram cópias da nota oficial assinada pelos líderes da coligação que apóia Ciro Gomes e divulgada na quinta-feira. No informe, os líderes afirmavam estar surpresos com a freqüência de pedidos de direito de resposta feitos por Serra e aceitos pelo TSE.

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