O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, negou qualquer envolvimento com o suposto esquema de desvio de recursos públicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investigado pela Polícia Federal na Operação Santa Tereza. "Não tenho nada a ver com isso", disse Paulinho, em pronunciamento na tribuna da Câmara, atribuindo as acusações contra ele à "elite que não gosta de trabalhador". O deputado anunciou que entregará ao Ministério Público autorização para a quebra de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico e se colocou à disposição da Corregedoria da Câmara, que, por determinação do presidente da Casa, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), analisará o caso.
No discurso de dez minutos, o deputado atribuiu as acusações contra ele à sua atuação a favor dos trabalhadores na Câmara. "Muita gente disse que ia me pegar na esquina", afirmou Paulinho. Ele enumerou projetos de interesse dos trabalhadores que foram aprovados pelo Congresso, como o que regulamentou a abertura do comércio aos domingos, o que permite ao sindicato acionar a Justiça em nome do trabalhador, o projeto da regulamentação das centrais sindicais e o projeto de política do salário mínimo.
O deputado disse que a defesa dos interesses dos trabalhadores deixa "muita gente com raiva, principalmente a elite que não gosta de trabalhador". Paulinho declarou-se "tranqüilo". Afirmou que a Polícia Federal fez um relatório com três citações de seu nome. "A partir daí, eu virei suspeito, criminoso. Não tenho nada a ver com isso", afirmou.