Paulinho admite quebra de sigilo bancário e fiscal

São Paulo

  – O candidato à vice-presidência na chapa de Ciro Gomes (PPS), Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, protocolou ontem, no Ministério Público Federal (MPF), na capital paulista, um documento autorizando a quebra de seu sigilo bancário e fiscal e uma cópia da sua última declaração de renda.

Paulinho pediu para ser ouvido pela procuradora-chefe Zélia Luíza Pierdoná, mas ela só recebeu os seus advogados. “Não poderia deixar de receber os advogados, pois esta casa é aberta a todo cidadão brasileiro”, disse a procuradora. “Mas se tivesse recebido Paulinho estaria passando por cima da autoridade do procurador Célio Vieira da Silva, que investiga denúncias referentes a Paulinho”, justificou ela.

O procurador Silva, de Marília, instaurou procedimento para investigar as denúncias de superfaturamento na compra da fazenda Ceres, em Pirajus, em 2001, quando Paulinho era presidente da Força Sindical. Paulinho foi intimado, nas últimas semanas, duas vezes para prestar depoimento, mas não compareceu. Ontem, Paulinho foi novamente intimado para depor nesta sexta-feira (6).

“A entrega do documento, não muda em nada os procedimentos já adotados pelo procurador Silva. Eu não tenho autoridade hierárquica para me sobrepor a nenhum procurador”, esclareceu Zélia. De acordo com ela, o Ministério Público simplesmente repassará para Silva o documento protocolado hoje por Paulinho.

Paulinho reafirmou nesta quarta-feira, que vem sendo denunciado com fins estritamente políticos. “Querem ganhar as eleições de qualquer jeito, se querem que seja assim, vamos entrar neste jogo”, disse ele. Para Paulinho, a autorização da quebra de seu sigilo bancário é também uma resposta à nota divulgada ontem pela ministra Anadyr Mendonça, da Controladoria Geral da União, que sugeriu ao Ministério do Trabalho uma fiscalização detalhada das contas da Força Sindical e a suspensão das verbas do Fundo de Auxílio ao Trabalhador (FAT) repassadas pelo ministério à central sindical.

Paulinho afirmou que esta nota “é uma ironia”. “O repasse de verbas do FAT já está suspenso. O governo deveria repassar este ano R$ 710 milhões, cortou para R$ 150 milhões, repassou apenas R$ 89 milhões e suspendeu novas liberações, num ato de agressão aos trabalhadores”, afirmou Paulinho.

De acordo com Paulinho, o Ministério do Trabalho já auditou e inocentou a Força Sindical de supostos desvios das verbas do FAT. “Estão requentando denúncias que já foram desmontadas e os objetivos políticos de tudo isso são claros”, acusou Paulinho. O candidato não confirmou sua presença no depoimento marcado para sexta-feira.

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