São Paulo – O candidato a vice-presidente pela Frente Trabalhista, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou ontem em São Paulo que “estão se preparando para roubar a eleição”. Sob investigação do Ministério Público Federal, que suspeita de sua participação em transações irregulares com recursos do Banco do Brasil para aquisição de terras, Paulinho está convencido de que “o governo é o responsável por uma armação política” para prejudicar sua candidatura e a de Ciro Gomes (PPS).
Paulinho voltou a defender a convocação de observadores internacionais para acompanhar as eleições. Na última quarta-feira, quando protocolou na Procuradoria da República autorização de quebra do sigilo bancário e fiscal, o presidente licenciado da Força Sindical declarou que iria “à ONU” pedir fiscalização das eleições.
O procurador Célio Vieira da Silva investiga 33 negócios promovidos com base em convênio firmado entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Força para o programa Banco da Terra. O procurador divulgou documento assinado por Paulinho ao Banco do Brasil sobre liberação de verbas. Na sexta-feira, depois de prestar depoimento sobre a compra da Fazenda Ceres, em Pirajju (SP), Paulinho disse “nossa candidatura está no meio da ladeira, o governo está lá em cima”.
Atrasado
Ao lado de Paulinho, no Aeroporto de Congonhas, o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho (PTB), um dos responsáveis da campanha da Frente, comentou que “a democracia corre risco”. Os dois aguardavam a chegada do candidato à presidência Ciro Gomes, para uma carreata organizada pela Frente Trabalhista em São Paulo.
Ciro estava atrasado para a carreata que deveria seguir até o Obelisco do Ibirapuera, na Zona Sul da Capital. Mais tarde ele deveria embarcar para Santa Catarina, onde estavam programados comícios em Nova Trento e em Brusque.
Fleury também defendeu convite a autoridades internacionais para acompanhamento das eleições. Enquanto esperavam, Paulinho e Fleury disseram que iriam conversar com Ciro para saber se ele concorda com a iniciativa.
Ciro tem sua primeira vitória
Brasília
– O candidato a presidente pela Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB), Ciro Gomes, obteve ontem a primeira vitória direta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o tucano José Serra: conseguiu liminar suspendendo a veiculação, na propaganda eleitoral gratuita do PSDB, de peça publicitária que o compara ao ex-presidente Fernando Collor. A decisão, do ministro substituto José Gerardo Grossi, garantiu a Ciro dois minutos de direito de resposta no programa e nas inserções da propaganda de Serra.Os advogados da candidatura de Serra vão entrar com recurso no TSE para reverter a decisão. Só a partir da confirmação da liminar, que deverá ocorrer na terça-feira, dia 10, é que Ciro poderá usar o direito de resposta. O tempo, determinado pelo ministro, é de um minuto no ?bloco?, o programa consolidado, e mais dois de 30 segundos.
O ministro Grossi acatou a argumentação de que o programa da Grande Aliança (de José Serra) estava imputando “fato criminoso” ao candidato Ciro Gomes ao compará-lo com personagem que já foi réu em processo de corrupção e sofreu impeachment. “É a nossa primeira vitória direta no TSE. Antes, o candidato foi beneficiado por negativa de ação impetrada pela União contra ele”, comentou o advogado de Ciro, Torquato Jardim.
