Milhares de pessoas lotaram a orla de Copacabana hoje (18) na 17ª Parada do Orgulho LGBT – Rio 2012.  Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, ao lado de familiares e amigos, protestaram contra a violência relacionada à orientação sexual do indivíduo e reivindicaram direitos civis, na capital fluminense.

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Com o tema Coração Não Tem Preconceito. Tem Amor, a manifestação teve à frente dos 15 trios elétricos o movimento nacional Mães pela Igualdade, que ao lado de seus filhos gays, fizeram apelos a outras famílias. O pedido era, especialmente, pelo fim do preconceito que se reflete em atos de agressão. Em 2011, 266 pessoas LGBT morreram por essa razão.

“Não quero que nenhum tipo de violência atinja meu filho e mais ninguém”, disse Kelly Bandeira, uma das mães. “Meu filho é gay e sei que, como as coisas estão, ele pode sofrer com insultos, xingamentos e até com morte. Muitos pagaram com a vida”, declarou.

“Lutamos para que a homofobia seja criminalizada, punida como crime de ódio, para que, se algo acontecer, que exista uma lei para culpar os homofóbicos”, acrescentou Mirna Gonçalves, destacando que a dor de perder um filho independe de orientação sexual dele.

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Indiferente ao sol forte na orla, pessoas com fantasias e muitas maquiagem também chamavam atenção. Entre elas, o professor e ativista Léo Rosseti, que para pedir o direito ao casamento civil, estava vestido de noiva, assim como seu companheiro.

“Estamos buscando o direito ao casamento civil igualitário. Para união civil é preciso abrir processo no cartório, ao passo que um heterossexual, chega em qualquer instância e, simplesmente, casa. A gente depende de uma decisão judicial”, disse.

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A manifestação também reuniu, pela primeira vez, grupo declaradamente evangélico. Com faixas, cartazes e camisetas, cerca de 150 jovens de Brasília, de Campo Grande, de São Paulo e do Rio, ofereceram abraços como forma de prestar apoio aos LGBT. De várias igrejas neopentecostais, eles se organizaram pelas redes sociais.

“Estamos distribuindo abraços grátis e dizendo que Jesus ama a todos”, explicou um dos organizadores, Thiago Amaral. “Não concordamos com o pecado, a gente conhece a bíblia, mas não viemos para falar que vão para o inferno. Não concordamos com a prática, mas não vamos discriminar. Jesus os amaria se estivesse entre nós”, declarou.

Para a organização não governamental Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT, organizadora da manifestação, a parada é uma momento político de afirmação e é um dos poucos momentos do ano em que os LGBT “podem sair do armário”.

“Hoje a homofobia é reproduzida nos ambientes familiar, na escola, no trabalho, na igreja, sabemos disso”, disse o presidente da ONG, Julio Moreira “É preciso um trabalho de educação com a sociedade, para que as pessoas entendam que a diversidade está aí”, completou.