São Paulo – A executiva nacional do PP recomendou oficialmente que todos os integrantes do partido apóiem a prefeita Marta Suplicy (PT), candidata à reeleição, no segundo turno em São Paulo. Com isso, o candidato derrotado do partido na cidade, Paulo Maluf, deve declarar formalmente que vai seguir a recomendação da executiva e declarar apoio a Marta.
Os votos de Paulo Maluf são considerados decisivos para eleger o futuro prefeito de São Paulo. O ex-prefeito foi terceiro mais votado e enquanto a ex-prefeita Luiza Erundina anunciou neutralidade no segundo turno, foi o próprio escritório político de Maluf fez questão de distribuir a decisão do PP, em nota assinada pelo presidente da sigla, deputado federal Pedro Corrêa (PE). “A executiva nacional do Partido Progressista veio a São Paulo para parabenizar e agradecer a Paulo Maluf pela maior votação que um progressista obteve no Brasil”, diz a nota. O ex-prefeito ficou em terceiro lugar na disputa, com 11,91% dos votos válidos.
Maluf ainda não se pronunciou sobre a decisão do partido. No entanto, ele deve em breve dizer que acata a decisão do partido. Seria uma maneira de posicionar-se em favor da petista sem explicitar uma preferência pessoal. A nota acrescenta que, “como o PP faz parte da base de sustentação do governo no Congresso Nacional, recomendamos ao nosso líder Paulo Maluf e aos companheiros de São Paulo o apoio à candidata do presidente Lula na maior cidade brasileira”.
A posição de Maluf seria coerente com a atitude que ele adotou na atul eleição. Durante o último mês de campanha no primeiro turno, Maluf direcionou todos os ataques a José Serra (PSDB), poupando Marta de qualquer crítica. A estratégia seria fruto de um acordo entre o PT federal e o ex-prefeito, que o pouparia de eventuais investigações na CPI do Banestado, cujo relator é o deputado federal petista Antônio Mentor (SP). Maluf e o PT negam qualquer tipo de acordo entre eles.
Se a aliança com Maluf está saindo bem, as coisas não estão boas no comando da campanha do PT, em São Paulo. O diretório municipal do PT divulgou nota ontem negando qualquer mudança na coordenação da campanha de reeleição da prefeita Marta Suplicy. De acordo com o comunicado, a estratégia de campanha e a linha de comunicação são feitas em consenso pela coordenação, pelo “companheiro” Luís Favre e o publicitário Duda Mendonça, que vem trabalhando com sua equipe na criação de peças para o segundo turno.”
De acordo com o PT paulistano, a campanha do segundo turno vem ganhando novos apoios e adesões.
PMDB e PSB decidem cair fora em SP
São Paulo – O PMDB e o PSB de São Paulo acompanharam a decisão da candidata Luiza Erundina (PSB), derrotada no primeiro turno na eleição para a Prefeitura de São Paulo, de independência em relação ao segundo turno. A decisão foi anunciada na tarde de ontem por Erundina, pelo deputado Michel Temer, presidente nacional do PMDB e candidato a vice da coligação, pelo presidente estadual, Orestes Quércia, e pelo presidente municipal do PSB, José Carlos Venâncio.
“Coerentes com as posições que defendemos durante a campanha eleitoral, decidimos não apoiar nenhum dos dois candidatos, deixando, porém, a decisão sobre em quem votar em aberto aos companheiros dos partidos”, afirma a nota lida por Quércia em entrevista coletiva. Segundo o presidente nacional do PMDB, não é incoerência o partido, que faz parte da base de apoio do governo federal, deixar de apoiar a candidata Marta Suplicy (PT) no segundo turno em São Paulo.
“Há um equívoco nesse raciocínio. Se o governo chama um partido para integrar o governo, como foi com o PMDB, ele não deve perder sua identidade e sua ânsia pela busca ao poder. Se esse raciocínio fosse correto, os partidos que apoiam o governo nem poderiam ter candidato”, disse Michel Temer.
Mas a posição do PSB é contraditória. A direção nacional do partido se disse favorável a Marta Suplicy. O presidente nacional do PSB, ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, afirmou no entanto que Erundina não pode ser obrigada a acompanhar a decisão do partido de apoiar a candidatura do PT em São Paulo. Ele disse que Erundina não será punida porque adotou uma posição de neutralidade. A deputada federal não compareceu à reunião da executiva nacional do PSB em Brasília.