Parte do comércio e algumas escolas da zona norte do Rio fecharam hoje, por ordem de traficantes das favelas Camarista e do Céu. Os criminosos decretaram luto no Méier depois que Luiz Fernandes de Paula, o Pega Eu, foi morto em tiroteio com a Polícia Militar, na noite de ontem (03), no Morro do Céu. Há informações de que Pega Eu era ligado ao traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, preso no Batalhão de Choque da PM.

À tarde, a maioria das lojas reabriu, mas muitos comerciantes já haviam dispensados os seus funcionários e mantiveram os estabelecimentos fechados. Policiais militares, chamados no início da manhã, reforçaram as patrulhas para garantir a segurança e permaneceram no local todo o dia.

O diretor da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio) Natan Schiper disse que a entidade não foi oficialmente notificada por lojistas da paralisação de atividades na zona norte.

Escolas – As escolas municipais Maurício Cardoso e Rio Grande do Sul, no Engenho de Dentro (bairro vizinho ao Méier), também não tiveram um dia normal. Apesar de terem aberto, os alunos não foram às aulas.

No dia 30 o comércio de praticamente todo o Rio e de municípios da Região Metropolitana fechou, supostamente por determinação do crime organizado. Uma fita com gravações telefônicas do traficante Marcos Antônio da Silva Tavares, o Marquinho Niterói, preso em Bangu 1, obtida pelo Ministério Público, mostra o criminoso combinando com um comparsa o fechamento de lojas como demonstração de força.

Parceria – No fim da tarde de hoje o secretário de Segurança Pública do RJ, Roberto Aguiar, se reuniu com empresários da Fecomércio para acertar detalhes de uma parceria, com a participação de representantes do setor no Conselho de Segurança, que definirá políticas para a área.

Os comerciantes receberam uma relação de telefones para os quais devem ligar caso se sintam ameaçados por criminosos. Uma câmara temática também foi criada para estudos sobre a criminalidade e ficou acertado que haverá uma operação para coibir a pirataria, o contrabando e a venda ilegal de produtos roubados.

continua após a publicidade

continua após a publicidade