Brasília – A Executiva do PFL recomendou ontem a expulsão do deputado Lael Varella (MG), que votou contra a orientação do partido nas duas passagens do salário mínimo pela Câmara. Outros dois deputados pefelistas, Clovis Fecury (MA) e Cleuber Carneiro (MG), também votaram contra o partido, mas o senador Demóstenes Torres (GO), relator da expulsão, recomendou o desligamento apenas de Varella por ele ter sido o único reincidente.
O PFL havia fechado questão pela aprovação de um salário mínimo de R$ 275, valor que foi derrotado por uma diferença de cem votos, restabelecendo os R$ 260 determinados pelo governo. Não é a primeira vez que o partido expulsa um correligionário. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), afirmou não temer uma redução de sua bancada na Câmara. “Ninguém é insubstituível. Não estou preocupado com ganho nem perda de parlamentares”, disse.
No PT, José Genoino deu sinais de que o partido deverá punir os deputados e senadores da sigla que votaram contra a medida provisória do governo que reajustou o salário mínimo para R$ 260. Na avaliação dele, os congressistas desrespeitaram uma decisão “democrática” da bancada e da direção nacional do partido. Ao todo, 12 petistas votaram contra o governo.
“Isso não vai ficar assim”, declarou, em tom de ameaça, Genoino. Na votação, nove deputados do PT não seguiram a orientação da bancada e votaram contra o salário mínimo de R$ 260 proposto pelo governo a favor do valor de R$ 275 proposto pelo PFL.