O presidente da Associação de Parentes das Vítimas do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho, criticou hoje, no Rio, o relatório do Escritório de Investigação e Análise da França (BEA), divulgado hoje. O documento apontou erros sucessivos dos pilotos durante a queda da aeronave, no dia 31 de maio de 2009.
“Isto é uma forma de testar a opinião pública para ver se a tese de falha humana é aceita. Nas aeronaves atuais, o piloto não faz nada além de decolar e aterrissar. Todo o efeito dominó que resultou na queda do avião começou com o congelamento das sondas pitots, que inviabilizou a leitura de velocidade e desativou o piloto automático”, afirmou Marinho. Segundo ele, a opinião é compartilhada pela associação alemã de parentes das vítimas do 447.
Em junho de 2009, a Air France trocou os sensores de velocidade e já opera com os novos equipamentos. No entanto, Marinho afirma que a aeronave possui outras falhas e tenta desde a posse uma audiência com a presidente Dilma Rousseff. “Tenho um relatório de 750 páginas do Sindicato dos Pilotos da França, que aponta várias falhas. No entanto, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) da Aeronáutica só pode investigar com ordens da presidente, que até agora não recebeu nossa comissão”, disse Marinho.