Belém – A Polícia Federal e a PM do Pará vão garantir a segurança dos parentes das dezenove crianças castradas, mortas, sobreviventes ou desaparecidas de Altamira há treze anos. Antes, durante e depois do julgamento que resultou na condenação de três dos cinco acusados por esses crimes, familiares das vítimas e testemunhas arroladas no processo denunciaram estar sofrendo ameaças anônimas de retaliação.
O pedido de segurança foi formulado por representantes do Ministério da Justiça, da SubprocuradoriaGeral da República e da Comissão Nacional de Direitos Humanos. Após reunião com o secretário de Defesa Social do Pará, Manoel Santino, ficou decidido que os familiares das vítimas terão a proteção diária de policiais seja em suas residências ou no local de trabalho.
Na próxima segunda-feira, o Tribunal do Júri julgará outro médico acusado de castração e morte de meninos. É Césio Caldas Brandão, que chegou a ser visto por uma testemunha saindo da mata com um facão nas mãos e um saco plástico contendo um objeto. No local onde ele foi visto, no dia seguinte foi encontrado o corpo de uma criança emasculada e morta.
A ré Valentina de Andrade, líder da seita Lineamento Universal Superior (LUS), continua presa no Centro de Reeducação Feminino. Seus advogados tentam livrá-la da cadeia para que ela fique em liberdade até o próximo dia 22, quando será julgada pela acusação de liderar a matança de meninos em Altamira.
Advogados e juízes paraenses acreditam que Valentina, cuja última façanha foi tentar fugir do País para evitar o julgamento, dificilmente conseguirá obter a liberdade. Valentina mora em Londrina. Sua seita foi investigada no Paraná por suspeita de envolvimento com o desaparecimento de duas crianças no Estado.
