Tragédia das águas

Parentes buscam informações em relatos da internet

É difícil saber o que fazer quando se tem um parente incomunicável em um local onde acaba de ocorrer uma das maiores catástrofes naturais do mundo. Mas em época de celular, Facebook e Twitter, a tecnologia contribuiu para a circulação das informações. Nos últimos dias, internautas de vários lugares do Brasil postaram relatos de parentes e amigos que ainda estão nas áreas atingidas da região serrana e fizeram mobilizações para arrecadar alimentos para as vítimas.

Um dos tuiteiros mais ativos foi o ator e estudante de Jornalismo Bernardo Dugin (@bdugin), de 21 anos, que nasceu e viveu a maior parte da vida em Nova Friburgo. Bernardo montou quase uma central de notícias locais no Twitter para tentar responder às centenas de perguntas de usuários que queriam saber se o bairro onde um parente ou amigo vivia havia sido destruído. Para isso, ele ligava para seus próprios conhecidos na cidade serrana e colocava o celular no viva-voz na frente da webcam, que chegou a transmitir para mais de 1,1 mil pessoas simultaneamente. Quase sempre ele consegue uma resposta, mesmo que não seja completamente exata.

“A informação que passa na TV e nos jornais é muito genérica. Tem muita gente querendo saber como está um lugar específico, se é possível ter notícias de certa pessoa, e tento ajudar.”

Esforço

Pelo tipo de serviço que estava fazendo, ele acabou trazendo alegria para quem soube que um parente estava vivo e tristeza para quem descobriu que a casa onde um amigo morava foi soterrada – ele próprio, inclusive, perdeu quatro familiares e vários amigos que moravam em Friburgo. “Estou há quase três dias sem dormir só postando as informações no Twitter. Mas não consigo parar, porque me emociono com a reação das pessoas que perguntam.”

Além de Bernardo, houve outras iniciativas na internet para quem queria ter notícias de familiares ou amigos. Comunidades que reuniam parentes e ex-moradores das cidades serranas foram criadas no Orkut, como a “AJUDA! Região Serrana do Rio”. No Facebook, o grupo da cidade de Teresópolis, o “S.O.S Nova Friburgo” e outras comunidades criadas nos últimos dias também agregavam perguntas de quem estava preocupado e respostas de que esteve na região atingida.

Colaboração

Também há na internet serviços para quem quer fazer doações de alimentos e produtos de higiene pessoal. O governo estadual do Rio de Janeiro (@GovRJ) criou um mapa colaborativo no Google Maps mostrando todos os locais em várias cidades do Estado que recebiam doações para serem levadas às vítimas, desde farmácias, prefeituras e batalhões da Polícia Militar. O twitter @LeiSecaRJ postou também uma lista de endereços dos telefones públicos de Nova Friburgo e o site oficial da prefeitura do município atualizava regularmente a lista dos mortos já identificados na cidade.

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