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Parceria com indústria faz Unicamp liderar ranking

Considerada pelo segundo ano consecutivo como a mais prestigiada instituição de ensino superior da América Latina, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) se destaca pela pesquisa e pela proximidade com a indústria. O ranking de reputação acadêmica da revista britânica Times Higher Education (THE), publicado nesta quarta-feira, 18, reforça as universidades brasileiras como as melhores da região – há cinco no top 10.

Mais nova e com metade do orçamento, a Unicamp fica à frente da Universidade de São Paulo (USP) especialmente pelas parcerias com a indústria para produzir conhecimento. A avaliação usa 13 métricas, em quatro áreas: ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e perspectiva internacional.

A USP ainda tem desempenho melhor, mas bem próximo ao da Unicamp, em ensino e internacionalização. “A Unicamp sempre teve essa vocação e proximidade com a indústria. Precisamos buscar mais essa alternativa de recurso, especialmente em um momento de crise financeira”, diz o reitor da instituição, Marcelo Knobel.

Mário Maróstica, coordenador do Laboratório de Nutrição e Metabolismo da Unicamp, por exemplo, desenvolve uma série de pesquisas sobre as propriedades de determinados alimentos para que possam ser mais utilizados pela indústria.

Uma das patentes desenvolvidas foi a do extrato da casca de jabuticaba, após descobrir propriedades que previnem a obesidade e o câncer de próstata. “Deveria estar no DNA de toda universidade essa proximidade com a indústria”, diz.

Crise

Apesar de o País ter 43 entre 129 universidades selecionadas, a THE alerta que, “apesar do domínio regional”, a situação econômica traz riscos. “A profunda pressão financeira sobre suas universidades está prejudicando desempenho e atratividade no cenário global e colocando em risco seu imenso potencial”, diz Phil Baty, diretor de Global Rankings.

Dentre as instituições que perderam posição estão as federais do Rio (UFRJ), do ABC (UFABC), de Pernambuco (UFPE), do Ceará (UFC), de Goiás (UFG) e do Rio Grande do Norte (UFRN). “Estamos há quatro anos acumulando redução no recurso para investimento e congelamento na verba para manutenção. O impacto não é imediato, mas já começa a ser sentido”, diz Emmanuel Tourinho, presidente da associação de reitores (Andifes).

Em nota, o Ministério da Educação (MEC) afirma que não comentar por desconhecer a metodologia. Mas diz não haver “cortes” este ano nem faltar verba para as federais. Procurada, a USP não comentou o ranking. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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