O paraquedista Alex Adelman, 33, que morreu ontem, perdeu a consciência após ser atingido pela asa esquerda do avião de onde saltou, em Boituva (a 121 km de São Paulo), informou a Polícia Civil.
O paraquedas dele abriu logo após o impacto mas, sem consciência, ele não teve condições de conduzir sua aterrissagem e caiu num canavial, afirmou o delegado Carlos Antônio Antunes.
As investigações ainda não indicaram se ele morreu em consequência do impacto no ar ou por conta da queda. O Corpo de Bombeiros de Boituva informou que ele foi levado ao pronto-socorro do hospital São Luiz, mas teve uma parada cardíaca e não resistiu.
O piloto Douglas Leonardo de Oliveira disse à polícia que sentiu um impacto enquanto estava no ar, mas só soube após o pouso que havia atingido Adelman e ficou em estado de choque.
Segundo o delegado, responsável pela investigação, Oliveira tem mais de sete mil horas de voos e já trabalhou em companhias aéreas comerciais.
Agora, o delegado quer saber se realmente há imagens feitas no ar por Adelman que supostamente saltou para filmar o salto duplo dos paraquedistas maranhenses Wanderson Carlos Campos, 32, e Conrado Alvares Everton, 35. As imagens podem esclarecer o que aconteceu durante o salto.
O delegado Antunes disse à reportagem que a dupla de paraquedistas é experiente, mas não acionou um paraquedas menor, chamado de “paraquedas de arresto”, utilizado para diminuir a velocidade da queda. Segundo o delegado, o acionamento desse equipamento é opcional.
O delegado afirmou que Wanderson e Conrado utilizaram o paraquedas maior. Eles tiveram fraturas nas pernas. De acordo com a polícia, um deles seria operado hoje.
Perícia
Técnicos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) analisaram o avião utilizado no salto na manhã de hoje. Segundo a Delegacia de Boituva, os peritos informaram que a aeronave tinha condições de voo e a documentação estava em ordem.
Peritos do IC (Instituto de Criminalística) devem vistoriar o avião nesta tarde.