A prefeitura de Santo André (SP) promete investir em obras de infraestrutura no distrito de Paranapiacaba a partir de “meados” deste ano. No início do mês, no entanto, a prefeitura anunciou a retirada, por tempo indeterminado, da candidatura de Paranapiacaba a patrimônio da humanidade, lançada na Unesco.
Moradores e frequentadores da vila interpretaram o gesto como sinal de que dificilmente haverá grandes investimentos a curto prazo. “O investimento turístico por parte da administração está fraco e, se pensasse diferente, não tiraria a candidatura”, diz o estudante e visitante João Paulo Barbieri da Silva.
A Secretaria de Comunicação de Santo André diz que “o cronograma lançado em julho de 2008 não viabilizava a candidatura da Vila de Paranapiacaba, uma vez que a atual administração decidiu investir em melhorias de infraestrutura”. A pasta destacou a parceria com o Estado para o início da operação do trem turístico, previsto para junho.
Presidente do Condephaat, órgão de defesa do patrimônio histórico no Estado, Rovena Negreiros diz que faz a sua parte no acompanhamento dos bens tombados. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal, limitou-se a dizer que está acompanhando o caso.
A pedido do Ministério Público Federal, uma decisão judicial determinou que a União conclua em 45 dias o inventário dos bens da vila ferroviária, que ainda não foram passados formalmente ao Iphan. Após o fim da listagem, o Iphan terá de indicar, em até 60 dias, os bens remanescentes da antiga rede ferroviária federal que tenham valor histórico, o que nunca foi feito.