O economista curitibano André Porto relatou os momentos de tensão que passou durante o alagamento que atingiu a cidade do Rio de Janeiro nesta terça-feira (6). Porto, que mora no bairro de Botafogo há 3 anos, disse que acordou hoje com a ligação de um amigo e só então percebeu a extensão do problema. “A minha rua virou um rio de água barrenta. Era impossível sair de casa”.
Ele contou que o alagamento começou na noite de segunda-feira (5), por volta de 19h30. “Tinha ido à academia e quando voltava para casa tive que caminhar pelo meio da rua porque a água já tinha começado a acumular”. O economista conta que somente ônibus do transporte coletivo conseguiram trafegar pelas vias alagadas, deixando o trânsito em situação de caos.
As Zonas Oeste e Norte da capital foram as mais atingidas, mas quem mora na Zona Sul também sentiu os efeitos da tragédia. Porto disse que uma amiga que mora no bairro da Tijuca chegou a ficar 3 horas presa dentro de um ônibus no meio do alagamento. Mesmo ele, que vai ao trabalho a pé, evitou sair de casa.
“A orientação era para que ninguém saísse de casa hoje e foi isso que eu fiz. Também liguei para vários amigos para saber se estava tudo bem. A cidade está meio deserta, com o comércio fechado e quase ninguém nas ruas”, conta.
O economista afirma que o clima é de tensão e medo entre os moradores. “Todo mundo está assustado, meio acuado. Mas essa desordem é reflexo de mal planejamento na estrutura de drenagem, já que os alagamentos são comuns aqui, mesmo que em proporções menores”, acredita Porto.
Calamidade
O Rio de Janeiro registrou nas últimas 24 horas volume de chuva recorde para um único dia, causando mais de 90 mortes em vários locais da região metropolitana da noite de ontem até a tarde de hoje. Pelo menos 200 pessoas foram resgatadas por técnicos da Defesa Civil desde o início das chuvas e as encostas correm risco de desabamento.
