Manifestantes de centrais sindicais paraguaias fecharam por quase oito horas a Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu a Ciudad del Este, no Paraguai. A manifestação começou às 4 da madrugada e só foi encerrada por volta do meio-dia. Eles protestavam contra a não reintegração de 320 servidores da prefeitura da cidade paraguaia, demitidos em 2000 depois de uma greve. A Justiça paraguaia determinou a readmissão dos funcionários e o pagamento dos salários atrasados, que chegaria a cerca de R$ 20 milhões. A prefeitura alega que, para reintegrá-los e pagar a indenização, há necessidade de revisão orçamentária.
Pela manhã, Ciudad del Este ficou praticamente isolada, pois, além da ponte, várias rodovias foram fechadas pelos manifestantes. O comércio fronteiriço, normalmente agitado em manhãs de segunda-feira, permaneceu fechado. Alguns paraguaios, que passaram para o Brasil nas primeiras horas da madrugada para buscar verduras, também ficaram impedidos de retornar. No lado brasileiro, formou-se uma fila de carros de aproximadamente 2 quilômetros. Apesar dos reflexos, a manifestação foi pacífica.
Por volta do meio-dia, promotores paraguaios conseguiram negociar a liberação da ponte, com o compromisso de investigar denúncias contra a administração municipal e tentar que a determinação judicial seja cumprida. Os manifestantes partiram para a frente da prefeitura, onde fizeram protestos. Depois, foram para a praça principal da cidade. Eles se comprometeram a não interromper mais o trânsito na Ponte da Amizade.