O Paraguai não tem mais como construir usinas hidrelétricas para aumentar a sua produção de energia, pois todo o seu potencial já está sendo gerado pelas usinas que estão em funcionamento no país, com destaque para Itaipu, construída em parceria com o Brasil. Apesar disso o país não vai precisar se preocupar em construir, a curto prazo,  usinas térmicas por exemplo, pois ainda tem energia garantida por até 40 anos. É o que afirmou o diretor geral de Itaipu no Brasil, Jorge Samek.

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?Enquanto o mundo inteiro trabalha para aumentar o seu potencial de produção de energia, o Paraguai é um dos poucos países que para os próximos 30, 40 anos está com isso resolvido?, disse. Em Itaipu Binacional, cada país tem contratado o consumo de 50% da produção, que pode chegar a 14.000 megawatts. Atualmente, da parte que cabe ao Paraguai, 5% são consumidos, o que corresponde a mais de 90% da demanda do país por energia.

De acordo com o diretor, este não é o único benefício trazido pela usina ao país, vizinho e parceiro no Mercado Comum do Sul (Mercosul). ?A partir de 2022 o Paraguai vai ter uma Casa da Moeda, para irrigar de forma permanente o seu desenvolvimento?, argumentou. Para justificar ele disse que desde maio de 1984 – quando a primeira unidade da usina começou a operar – até agora, o Paraguai já recebeu US$ 3,5 bilhões em royalties pelo uso da água do Rio Paraná.

A partir de 2022, quando a usina estará com todos os empréstimos pagos e os países não farão mais aportes anuais para o pagamento desses financiamentos da construção de Itaipu, os dois também passarão a receber o lucro da geração e venda da energia. Em números atuais, isso representaria cerca de US$ 1,6 bilhão, metade do orçamento.

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Samek disse ainda que muito do que tem sido falado na campanha eleitoral e na imprensa paraguaia, de que o Brasil paga apenas US$ 2,8 a cada megawatt que o Paraguai produz, não consome e cede ao Brasil, não corresponde perfeitamente à verdade. Esse valor é acrescentado aos cerca de US$ 39 pagos pela energia de Itaipu pelos dois países, de forma que o Brasil paga cerca de US$ 41,8 por MWh cedido pelo vizinho. Isso já rendeu mais de US$ 1,2 bilhão.

Um terceiro ponto que na opinião do diretor é um benefício para o Paraguai é a especialização de técnicos no setor elétrico, de engenharia, que dominam a tecnologia de produção de energia e ajudam a desenvolver faculdades. ?Hoje o Paraguai é um pais que tem técnicos especializados em área energética que são referência no mundo?.

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Resultado de um tratado firmado entre os governos brasileiro e paraguaio em 1973, a usina binacional de Itaipu foi construída quase que somente com empréstimos internacionais. Cada país fez um aporte inicial de US$ 50 milhões dos US$ 12,7 bilhões estimados para a obra. Na época, o Congresso brasileiro aprovou uma lei que garantia a compra de toda a energia que não fosse consumida pelo Paraguai.

Apesar dos problemas financeiros enfrentados na década de 1980 por conta particularmente da crise do petróleo, hoje todos os pagamentos dos empréstimos estão em dia, segundo Samek. Ele afirmou que o valor de mercado da empresa gira em torno de US$ 60 bilhões e a usina tem faturamento anual de US$ 3,2 bilhões.

O preço pago pela energia gerada é calculado segundo definido no Anexo C do Tratado de Itaipu: 75% correspondem ao valor que será pago em dívida e juros, 14% são royalties e cessão de energia paraguaia para o Brasil e 11% se destinam à manutenção e ao pagamento de funcionários.