Senadores da oposição disseram nesta terça-feira (18) que o governo está fechando as portas para a negociação de mudanças na emenda constitucional (PEC 50/07) que prorroga até 2011 a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). E sem negociação a avaliação geral é que o governo vai ter dificuldade para aprovar a contribuição do jeito que a equipe econômica quer: com alíquota de 0,38%, o que gera um caixa de cerca de R$ 40 bilhões. Para o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), a "intransigência" do governo "não está dando saída".
Ele criticou o recuo do governo nas negociações da PEC na Câmara. Depois de acenar com mudanças, a área econômica reuniu os líderes, voltou atrás e orientou as bancadas dos partidos aliados a aprovar a prorrogação da CPMF sem alterações. Para aprovar a PEC no Senado, o governo precisa de 49 votos a favor. E para compensar as dissidências em sua própria base política, vai ter de buscar apoio na oposição. Hoje, a oposição, representada pelos senadores Tasso, Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), disse ao senador petista Tião Viana (AC) que não negocia com Renan.
A idéia de reduzir nos próximos anos a alíquota da CPMF, hoje de 0,38%, segundo Tasso, só interessa ao atual governo, pois o próximo, a ser eleito em 2010, já teria menos arrecadação. Jereissati ressaltou também que o governo perdeu a credibilidade nas negociações no Senado, "já que não honra os acordos". Ele citou como exemplo a reforma tributária em 2003, que previa a redução gradual da alíquota da CPMF.