As medidas anunciadas pelo Ministério da Defesa para evitar uma crise nos aeroportos brasileiros no período da alta temporada irão beneficiar as próprias empresas aéreas,e não os consumidores, avalia o diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho. O plano apresentado ontem pelo ministro Nelson Jobim prevê a criação de um sistema de compensação de atrasos de vôos para garantir o ressarcimento aos passageiros lesados.
Com a medida, as companhias poderão decidir se os consumidores serão ressarcidos em dinheiro, depósito ou crédito junto à companhia aérea (milhas), em caso de atrasos superiores a 30 minutos, desde que não provocados por fatores externos, como mau tempo. Para Camacho a medida beneficiaria os passageiros apenas se eles tivessem o direito de escolher a forma como seriam ressarcidos. "Se você levar em consideração que mais de 70% dos passageiros só farão uma viagem, essas milhas ficarão nos envelopes nas casas desses passageiros e, com o passar do tempo, elas perdem a validade. Então essa medida até certo ponto é inócua. Isso beneficia com certeza as empresas.
O governo anunciou também o aumento da tarifação do estacionamento de aeronaves nos Aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo. Camacho afirmou que essa medida não vai prejudicar as empresas, porque os aumentos serão repassados para o consumidor. "Se o desejo é o investimento no setor, de algum lugar tem que sair. Isso não prejudica as empresas, porque elas vão repassar esse aumento para os usuários".
