Brasília – O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados, apresentado nesta terça-feira (18) pelo deputado Marco Maia (PT-RS), enfatiza que a condição da pista principal do Aeroporto de Congonhas não teve ?contribuição determinante? para o acidente com o Airbus A320, da TAM. À época, a pista passava por reformas e estava sem o grooving (ranhuras na pista que ajudam no escoamento da água e na frenagem das aeronaves).

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Para o relator, a qualidade do piso não foi ?determinante?, mas não deixa de ser um dos fatores que contribuíram para o maior acidente da aviação brasileira. Essa avaliação consta do relatório ?pelo fato de a pista principal ter apenas 1.940 metros e não contar com áreas de escape nas cabeceiras?, o que teria sido mais importante, segundo o deputado.

No relatório, Marco Maia lembra que inicialmente uma provável aquaplanagem do Airbus – provocada pela falta de grooving foi apontada como fator determinante para o destastre aéreo. Mas, segundo o relatório, com o aprofundamento das investigações, vários outros fatores passaram a ser considerados contribuintes para o acidente, ?relativizando a influência do estado da pista para a ocorrência da tragédia?.

No início da manhã de hoje, em entrevista à Rádio Nacional, o relator já havia informado que até agora as investigações apontam para falha mecânica do avião. ?Nossa convicção tem aumentado no sentido de identificar que o que de fato aconteceu naquele acidente foi uma falha do equipamento da Airbus. Isso nós iremos aprofundar até quinta-feira e nossa idéia e apresentar de forma conclusiva essa percepção?.

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O relatório final da CPI cita um documento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que já apontava um problema de segurança operacional do Aeroporto de Congonhas. ?Quando observadas as questões de segurança operacional dos aeroportos da área terminal São Paulo, pode-se considerar que o Aeroporto de Congonhas é o que apresenta maiores problemas quanto a sua adequação?, registra.

Na primeira das cinco partes do relatório, o deputado questiona os motivos que levaram um aeroporto deste tipo, com limitações de segurança, se transformar no maior centro de distribuição de vôos (hub, pelo termo técnico) da aviação brasileira. Segundo o relatório, a primeira constatação é que, diante da falta de um plano aeroviário nacional, interesses comerciais das empresas aéreas e da comodidade dos passageiros foram configurando a malha aérea e dando importância ao aeroporto.

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