A publicitária Flávia Garcia, ex-mulher de Bruno Lins, que denunciou um esquema de arrecadação de dinheiro para o presidente do Senado, Renan Calheiros, e ministérios comandados pelo PMDB, afirmou em entrevista que, na verdade, o "alvo" dos ataques do ex-marido é ela e não o senador. "O Bruno fez isso para me atingir. É oportunismo dele. Estamos em processo de separação litigiosa", disse Flávia, de 32 anos, que hoje é assessora do cerimonial da presidência do Senado e trabalha com Renan Calheiros há cinco anos.
Para ela, o que surpreendeu nas matérias publicadas nos jornais e revistas de fim de semana foi que seu pai, Luiz Carlos Garcia Coelho, é citado como lobista que ajudava a desviar recursos públicos que seriam divididos com o presidente do Senado. "Meu pai nunca foi lobista. Foi um industrial que trabalhou por 50 anos e hoje está fazendo um tratamento de saúde nos Estados Unidos por causa de um acidente de carro que sofreu ano passado".
Segundo ela, o ex-marido jamais pagou pensão para as duas filhas do casal e está sendo procurado por um oficial de justiça que não conseguiu citá-lo porque ele nunca é encontrado. Eles estão separados, segundo ela, desde março de 2006. Na ação de separação litigiosa, Bruno pede 20% do salário de Flávia e metade da casa em que ela mora. Ela sustenta que a casa foi um presente de seu pai. Bruno quer também o leilão dos móveis da casa para que o dinheiro arrecadado seja dividido entre os dois. "O que ele quer é criar problemas para o meu chefe para que eu seja demitida. Porque eu reconstruí minha vida e estou vivendo bem com outra pessoa", explicou.
Ainda segundo ela, mesmo sendo morador do Lago Sul, Bruno fez sua denúncia em uma delegacia localizada a pelo menos dez quilômetros de distância, na cidade satélite de São Sebastião. Ela atribuiu tal atitude ao fato de o titular da delegacia, João Kleiber Ésper, ser amigo íntimo de mãe de Bruno, Paula Miranda.