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Brasília – O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, acha que ainda é cedo para pedir a prisão preventiva do empresário Marcos Valério. Segundo o procurador, a prisão restringiria o prazo de conclusão do inquérito porque, a partir de sua decretação, a polícia teria só mais 15 dias para concluir as investigações e encaminhá-las ao Ministério Público, que teria mais cinco dias para oferecer a denúncia à Justiça. O procurador-geral entende que esse processo precisa de pelo menos mais um mês para ser concluído. Ele só deve decidir pelo pedido de prisão do empresário quando tiver certeza de que as investigações estão avançadas, o que não deve ocorrer agora para não engessar as investigações.
Ontem, o procurador recebeu o presidente da CPI dos Correios, Delcidio Amaral (PT-MS), que, no entanto, não protocolou o pedido ao MP para que seja solicitada a prisão de Valério. O presidente da CPI foi pedir que o Ministério Público reforce a ajuda à comissão. Antonio de Souza informou a Delcidio que três procuradores serão deslocados para o trabalho.
Os parlamentares passaram mais de duas horas reunidos com os procuradores que vão acompanhar de perto o trabalho da comissão. Eles decidiram entregar nesta sexta-feira o requerimento para a prisão de Valério e apresentarão também o pedido de bloqueio dos bens do publicitário. A comissão vai pedir também à Receita Federal que abra procedimentos fiscais para investigar as empresas de Marcos Valério.
Posse de Lula
O ex-tesoureiro Delúbio Soares disse que dois empréstimos contraídos pelo PT em 2003, com aval do publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, foram usados para custear despesas do partido durante a transição do governo e até com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A revelação foi feita no depoimento que Delúbio prestou no último dia 15 ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, cuja cópia foi obtida ontem, por parlamentares da CPI Mista dos Correios.
Na época da posse, o PT informou ter gastado pelo menos R$ 1,5 milhão no evento organizado pelo marqueteiro Duda Mendonça na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.