Cobrado pelos deputados paulistas sobre o papel da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) diante da caos aéreo, o procurador federal Paulo Roberto Gomes de Araújo disse que "a Anac, desde que foi criada só apaga incêndio" e que a agência reguladora "virou aprendiz de Bombeiros" por enfrentar reiteradas crises no setor. Araújo representou a Anac nesta quinta-feira (2) em reunião da Comissão de Defesa do Direito do Consumidor da Assembléia Legislativa e ao final da sessão evitou a imprensa, mesmo para comentar suas declarações. "Sou um técnico, vocês têm que pedir informações à Assessoria de Comunicação", esquivou-se.
Em três horas de audiência os deputados repetiam que se sentiam "desprestigiados" pela Agência não designar um diretor à reunião e lamentaram as evasivas do procurador diante de várias questões como quantidade e valor das multas aplicadas contra as companhias aéreas e o teor das concessões dos vôos. Araújo argumentou que a Anac não é mais ativa por estar "preso à questão da legalidade" e transferiu aos deputados a responsabilidade por medidas mais efetivas. "Aos parlamentos cabe elaborar as leis que querem que a gente aplique.
"Nos sentimos desprestigiados pela ausência de um diretor aqui, já que ele não tem autoridade para responder por nada", protestou o deputado estadual Ruy Falcão (PT). O presidente da comissão, deputado Alex Manente (PPS), propôs a criação de postos do Procon nos aeroportos paulistas e um novo convite ao presidente Milton Zuanazzi. "E se ele não vier nós vamos exigir uma audiência com ele lá em Brasília.