O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, descartou totalmente a possibilidade de o acidente envolvendo o Airbus A-320, da TAM, ter ocorrido por causa de problemas na pista principal do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Na primeira e rápida entrevista coletiva à imprensa desde o acidente, concedida nesta manhã, em Congonhas, ele garantiu que a pista principal do aeroporto foi entregue em perfeitas condições. Para ele, é provável que tenha ocorrido um problema no momento do pouso.
"Aconteceu alguma coisa errada no pouso. O avião, por alguma razão, não perdeu velocidade. Alguma coisa aconteceu e o piloto, sei lá, porque, acelerou a aeronave", falou. "No caso do automóvel, se você está vindo em velocidade e deixa de acelerar, ele vai se movimentando, desacelerando, até o momento em que acaba parando de vez. No entanto, a caixa-preta poderá explicar o que aconteceu".
Pereira assegurou, por outro lado, que a falta do grooving – ranhuras que evitam o acúmulo de água na pista – nada tem a ver com o acidente da TAM. Segundo ele, somente quatro aeroportos do País possuem essas ranhuras porque, em muitos casos, elas não são necessárias. "Poucos aeroportos têm ranhuras, que servem para drenar a água acumulada na pista, mas elas não têm nada a ver com esse caso. O problema não é a ranhura. A pista principal de Congonhas está em perfeitas condições, qualquer aeronave pode pousar sem problemas. O grooving não ajudaria a parar o avião", garantiu. Por outro lado, o presidente da Infraero confirmou que o grooving começará a ser colocado em Congonhas a partir do próximo dia 25.
Investigações
Ao mesmo tempo, Pereira disse que a empresa não é contrária às investigações e acha mesmo que tudo tem que ser apurado até o final. Perguntado sobre as apurações sobre o acidente com o Airbus da TAM, o brigadeiro lembrou que a responsabilidade das investigações cabe à polícia e aos órgãos competentes. "A Infraero apenas administra os aeroportos. Não cabe a ela investigar a responsabilidade sobre acidentes".
Ele também contestou a posição do Ministério Público Federal, que quer o fechamento imediato de Congonhas. "Não é o momento de posições radicais, não podemos ser fundamentalistas. Precisamos encontrar um meio termo. Como é que vamos fazer com os milhões de passageiros que dependem do aeroporto?", afirmou. Embora concorde que haja uso excessivo do aeroporto, ele entende que a redução do tráfego aéreo, entre outras medidas, poderiam ajudar na solução.
José Carlos Pereira informou que a perícia sobre o acidente com o Airbus 320 da TAM deve durar 30 dias. No entanto, esse prazo poderá ser prorrogado.