O presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz Lopes, afirmou nesta quinta-feira (24) que a Eletrobrás paga um preço justo pela energia adquirida da Usina Hidrelétrica de Itaipu, de cerca de US$ 43 por megawatt/hora. E lembrou que somente por decisão de Estado, referendada pelo Congresso Nacional, poderá ser alterado como quer o novo governo do Paraguai o contrato que vigora até 2023.
A engenharia que envolve o contrato com os paraguaios pelo fornecimento da energia excedente da usina de Itaipu é uma obra de arte, do ponto de vista econômico-financeiro, operacional ou mesmo gerencial. Foi uma unidade construída com investimentos de US$ 150 milhões e que hoje vale cerca de US$ 60 bilhões, disse.
Por isso disse entender como correta a manutenção do contrato com os paraguaios, inclusive porque os custos financeiros do empreendimento ainda estão sendo amortizados. Como foi um acordo assinado entre governos, a mudança também terá que se dar entre governos e ser referendado pelo Congresso. Sob a ótica empresarial, nós entendemos que as negociações resultaram em um acordo muito feliz, destacou.
A possibilidade de uma renegociação que leve a um reajuste na tarifa atualmente paga pela energia excedente comprada aos paraguaios foi admitida peloministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "É um assunto que foge alçada da Eletrobrás, não nos cabe entrar nessa questão. Mas repito: o contrato é vantajoso para os dois lados, que naturalmente podem mudá-lo, desde que as mudanças sejam submetidas ao Legislativo dos dos países", disse.
Se ocorrer, a renegociação não deverá afetar os acionistas minoritários da Eletrobrás, completou o presidente da holding, durante almoço-palestra no Clube de Engenharia.
