Seis meses depois de desencadeada a Operação Navalha da Polícia Federal que desmantelou um grupo especializado em fraudar obras públicas, o Ministério Público Federal oferecerá denúncia contra os envolvidos. Agentes da PF que cruzaram os dados da investigação e reconstituíram algumas diligências a pedido do MPF avaliam que o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau deve estar entre os denunciados, pois persistiram os indícios de seu envolvimento com o caso.

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A cargo das subprocuradoras da República Lindôra Araújo e Célia Regina Delgado, o relatório do caso deverá ser entregue até a próxima semana à ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), encarregada do julgamento. As procuradoras, contudo, não confirmam se Silas estará ou não entre os denunciados, como espera a PF.

Na operação, foram presas 46 pessoas: empresários, lobistas, prefeitos, um deputado distrital de Brasília, um ex-deputado federal e o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares.

Cerca de 30 deles já estão com indiciamento definido. Eles são acusados de fraude em licitações, corrupção, tráfico de influência, superfaturamento de obras e desvio de dinheiro público, além de formação de quadrilha e outros crimes. O chefe da quadrilha, conforme as investigações, seria o empresário Zuleido Veras, um dos presos na operação e dono da construtora Gautama.

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Sobre Silas pesa a suspeita de recebimento de suborno de R$ 100 mil, entregue então a seu assessor Ivo de Almeida Costa, preso na operação, por Maria de Fátima Palmeira, diretora da Gautama. O ex-ministro nega ter sido o destinatário da propina e tem esperança de, absolvido, voltar ao ministério.