O horário de verão, que terá início no próximo domingo e irá até o próximo dia 16 de fevereiro, permitirá economia de R$ 42 milhões ao sistema elétrico nacional com a redução do uso das usinas térmicas no período. Os maiores ganhos, porém, são os referentes à segurança do sistema elétrico como um todo, segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp. "Com o aumento em uma hora no ‘dia’ para a indústria e o comércio há uma redução no consumo no horário de ponta (entre as 18h e as 21 horas), o que dá mais confiabilidade ao sistema", explica Chipp.
Conforme os dados do ONS, há uma diferença de cerca de 20% entre a carga/consumo nacional de energia elétrica entre o horário de ponta (pico máximo no consumo) e a média diária. Nesse mês de outubro, o consumo médio nacional está em torno de 52.000 a 53.000 MW médios e no horário de pico (demanda máxima, na linguagem do ONS), há um aumento para até 62.000 a 63.000 MW, dependendo da temperatura do dia. O aumento ocorre porque nesse horário as pessoas estão retornando do trabalho, aumentando o consumo doméstico, enquanto várias indústrias ainda estão em atividade.
A diferença entre as demandas média e máxima (em torno de 10.000 MW médios) exige usinas com capacidade acima de 15.000 MW, o que é mais de duas vezes a potência do complexo do rio Madeira (RO), que está em processo de licitação. Ou seja, o ONS precisa "despachar" (autorizar a operar) mais usinas apenas para atender a essa demanda adicional, funcionando poucas horas no dia. As usinas despachadas são do tipo térmicas, movidas a óleo combustível ou gás natural. Como o combustível é mais caro do que a água (‘combustível’ das hidrelétricas) há o aumento dos custos do sistema elétrico como um todo.
A adoção do horário de verão teve início no Brasil em 1931, mas funcionou de forma intermitente. O regime foi iniciado em 1931 e funcionou até 1933, quando foi interrompido. Voltou a ser adotado nos anos de 1949, 1950, 1953, 1963, 1964, 1965 e 1966, quando voltou a ser interrompido. Desde 1985, porém, o horário de verão passou a ser adotado todos os anos, oscilando entre outubro e fevereiro, aproveitando o período de maior exposição do sol no País. Nos últimos anos, a justificativa do governo é mais por questões técnicas e menos por razões exclusivamente financeiras.